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O Itamaraty rebateu, na quinta-feira (11), as declarações do secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, Marco Rubio, que classificou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como “caça às bruxas”. Rubio também sinalizou a possibilidade de novas sanções contra o Brasil.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) destacou que a Justiça brasileira atuou de forma independente no processo da trama golpista. “As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo”, afirmou o comunicado.
A chancelaria, comandada pelo embaixador Mauro Vieira, reforçou que o Brasil não aceitará intimidações externas. “Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”, registrou o Itamaraty, mencionando diretamente a ameaça de Rubio.
Rubio alegou perseguição política e citou o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF. Ele afirmou que “as perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam” e prometeu resposta dos Estados Unidos.
O presidente norte-americano Donald Trump também comentou o caso, afirmando ter ficado surpreso com a decisão do STF. A declaração foi publicada pela agência Reuters.
No fim de julho, os Estados Unidos já haviam imposto sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky, mecanismo de punição a supostos violadores de direitos humanos. Além disso, desde agosto, o Brasil enfrenta tarifas de 50% sobre parte de suas exportações ao mercado norte-americano.
A inédita condenação de um ex-presidente da República por tentativa de golpe de Estado repercutiu na imprensa internacional. Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, acusado de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.