Economia
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu a projeção de inflação para 2025. A estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,2% para 4,8%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30).
A revisão foi motivada pela valorização do real frente ao dólar e pela queda nos preços dos alimentos, que registraram deflação por três meses consecutivos. Em agosto, o IPCA apresentou retração de 0,11%, acumulando alta de 5,13% em 12 meses.
O Ipea reduziu de 6,7% para 4,4% a projeção de inflação para o grupo de alimentos em 2025, influenciado pela oferta ampliada e expectativa de safra recorde. Outro fator determinante foi a valorização do real, que subiu cerca de 5% no último trimestre, reduzindo pressões sobre alimentos, combustíveis e bens industriais.
A inflação dos serviços segue como desafio. A projeção foi mantida em 6,2%, reflexo do mercado de trabalho aquecido e do nível historicamente baixo de desocupação, de 5,6% no trimestre até agosto, segundo o IBGE.
A nova projeção do Ipea acompanha a revisão do Banco Central, que reduziu sua estimativa de 4,9% para 4,8%, e também se aproxima da mediana do Boletim Focus, que aponta 4,81%.
O Ipea, vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, destaca que o processo de queda da inflação avança, mas de forma gradual e com custo elevado diante da política monetária restritiva. A Selic segue em 15% ao ano, maior nível desde 2006.
O instituto revisou ainda o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 4,9% para 4,5%. O indicador mede o custo de vida de famílias com renda de um a cinco salários mínimos e tem peso maior em alimentação. Até agosto, o INPC acumulava 5,05% em 12 meses.