Economia
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A prévia da inflação para fevereiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 1,23%, sendo a maior variação mensal desde abril de 2022, quando o índice chegou a 1,73%. O resultado foi influenciado principalmente pelo aumento na conta de energia elétrica e pelo reajuste das mensalidades escolares. Em janeiro, o índice havia sido de 0,11%.
Pressão no índice e impacto da energia elétrica
Os dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 4,96%, superando o teto da meta do governo, que é de 4,5%.
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, sete tiveram alta, com habitação registrando o maior impacto, subindo 4,34% e contribuindo com 0,63 ponto percentual (p.p.) do índice. Dentro desse grupo, o principal fator foi o aumento na conta de luz, que subiu 16,33%, impactando 0,54 p.p. do IPCA-15.
O reajuste da energia elétrica ocorreu devido ao fim do desconto do Bônus Itaipu, concedido nas tarifas de janeiro. No mês passado, o bônus proporcionou uma queda de 15,46% na conta de luz, e sua retirada em fevereiro resultou em uma base de comparação artificialmente baixa, o que elevou a inflação do mês.
Reajustes na educação também pressionam o índice
Outro fator de impacto foi o aumento dos preços no setor educacional, que subiu 4,78%, representando 0,29 p.p. no índice geral. O principal motivo foi o reajuste das mensalidades escolares, comum no início do ano letivo. Os aumentos foram registrados nos segmentos de ensino fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e ensino superior (4,08%).
Embora tenha tido um aumento percentual maior do que a habitação, o grupo educação teve um impacto menor no índice geral devido à sua menor participação no orçamento das famílias.
Alimentos desaceleram, mas combustíveis registram alta
No setor de alimentação e bebidas, a inflação desacelerou em comparação a janeiro. O grupo registrou alta de 0,61%, inferior ao 1,06% registrado no mês anterior. O café moído foi o item que mais pressionou os preços, com aumento de 11,63%.
Já o setor de transportes apresentou alta de 0,44%, com impacto de 0,09 p.p. no IPCA-15. Os combustíveis subiram 1,88%, com destaque para o aumento do etanol (3,22%), diesel (2,42%) e gasolina (1,71%).
Um fator que ajudou a conter uma alta ainda maior na inflação foi a queda nas passagens aéreas, que recuaram 20,42%, aliviando a pressão sobre o índice geral.
Comportamento dos grupos de preços
Os nove grupos analisados pelo IBGE tiveram os seguintes desempenhos em fevereiro:
• Alimentação e bebidas: 0,61%
• Habitação: 4,34%
• Artigos de residência: 0,38%
• Vestuário: -0,08%
• Transportes: 0,44%
• Saúde e cuidados pessoais: 0,54%
• Despesas pessoais: 0,01%
• Educação: 4,78%
• Comunicação: -0,06%
O que é o IPCA-15?
O IPCA-15 é um indicador que utiliza a mesma metodologia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. Sua principal diferença é que os preços são pesquisados antes do fim do mês, funcionando como uma prévia do IPCA.
A coleta de preços desta divulgação ocorreu entre 15 de janeiro e 12 de fevereiro, abrangendo famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos.