Economia
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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, considerado a inflação oficial, foi elevada de 4,5% para 4,55%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (28). Com essa projeção, a inflação ultrapassa o teto da meta de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, colocando em alerta as perspectivas econômicas e políticas monetárias.
Para os anos subsequentes, o Boletim Focus também aponta um aumento nas estimativas da inflação: a previsão para 2025 subiu para 4%, enquanto as projeções para 2026 e 2027 foram ajustadas para 3,6% e 3,5%, respectivamente. Esses valores permanecem acima da meta central de 3%, definida pelo CMN, e que entrará em vigor em um novo regime de meta contínua a partir de 2025, permitindo variações de até 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em setembro, o IPCA subiu 0,44%, pressionado pela conta de energia elétrica residencial. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice soma 4,42%, aproximando-se do limite superior da meta.
Para conter a inflação e manter o controle dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou recentemente a taxa Selic para 10,75% ao ano, com a possibilidade de novos ajustes na reunião marcada para 5 e 6 de novembro. O mercado estima que a Selic deve fechar 2024 em 11,75% ao ano, com projeções de uma redução gradual para 11,25% em 2025 e uma expectativa de novas quedas para 9,5% em 2026 e 9% em 2027.
Além de ajustar a inflação, a taxa Selic influencia diretamente o custo de crédito e a poupança, impactando tanto o consumo quanto a produção econômica. Em sua última reunião, o Copom destacou que as incertezas internacionais e o aumento da cotação do dólar, atualmente projetada para fechar o ano a R$ 5,45, são fatores que reforçam a necessidade de cautela na política monetária.
A expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 se manteve em 3,08%, após uma alta de 1,4% no segundo trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior. O mercado prevê que o PIB cresça 1,93% em 2025 e 2% tanto em 2026 quanto em 2027, consolidando um ritmo de expansão moderada para os próximos anos.