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Inadimplência recua pelo terceiro mês seguido, mas endividamento volta a crescer

Pesquisa da CNC aponta que famílias estão trocando dívidas antigas por novas com melhores condições.
O percentual de famílias endividadas subiu para 76,4%. (Foto: Marcello Casal Jr.)

O percentual de famílias inadimplentes recuou pelo terceiro mês consecutivo em fevereiro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na segunda-feira (10) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar da queda na inadimplência, o estudo aponta um aumento no endividamento, sugerindo que as famílias estão substituindo dívidas antigas por novas com prazos e juros mais vantajosos.

Queda na inadimplência e endividamento em alta

O levantamento mostra que o percentual de famílias endividadas subiu para 76,4%, um aumento de 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação a janeiro, mas ainda 1,5 p.p. abaixo do registrado em fevereiro de 2024 (77,9%). São consideradas endividadas as famílias que possuem compromissos financeiros como cartão de crédito, cheque especial, carnês de loja, empréstimos e financiamentos.

Já a inadimplência, que considera dívidas em atraso, recuou 0,5 p.p., chegando a 28,6%. O percentual de famílias que não terão condições de quitar suas dívidas também apresentou queda, atingindo 12,3%.

Para o presidente do Sistema CNC, Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a redução dos juros médios ao consumidor pode estar incentivando a troca de crédito. “A taxa média de juros cobrada aos consumidores apresentou recuo. E isso pode estar fazendo com que as famílias se preocupem mais com os juros pagos pelas contas atrasadas. Desse modo, passam a considerar vantajoso a troca de crédito”, explicou.

Dívidas atrasadas por mais de 90 dias diminuem

Outro ponto positivo identificado pela pesquisa é a redução do número de consumidores com dívidas atrasadas por mais de 90 dias, que caiu pelo quarto mês seguido, chegando a 48,2% do total de endividados, o menor percentual desde julho de 2024. Além disso, o percentual de consumidores que têm mais da metade da renda comprometida com dívidas também recuou, atingindo 20,5%, o menor índice desde novembro de 2024.

Percepção do endividamento

A pesquisa também identificou um terceiro aumento consecutivo no percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas”, que agora chega a 16,1%, o maior nível desde setembro de 2024. Já a porcentagem dos que afirmam “não ter dívidas” caiu para 23,5%, o que acende um alerta sobre o perfil do endividamento.

No entanto, o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, avalia que essa tendência pode se manter nos próximos meses. “As nossas projeções mostram que o endividamento deve continuar aumentando ao longo deste ano, com as famílias sentindo mais confiança em utilizar o crédito para o consumo e a quitação de dívidas antigas, apesar dos juros. Além disso, a inadimplência deve continuar arrefecendo ao longo de 2025”, afirmou.

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