O Imposto global de 14% proposto pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (17) tem como foco tributar contribuintes com rendas acima de R$ 50 mil por mês. Segundo o estudo, essa cobrança viabilizaria a isenção total do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, ampliando a progressividade e a justiça fiscal do sistema brasileiro.

Nova proposta do imposto global de 14% amplia a base e considera toda a renda

Diferente do PL 1087/2025, que define uma alíquota progressiva até 10%, a sugestão do Ipea incide sobre a renda total, incluindo dividendos, bônus, auxílios e prêmios hoje isentos. Além disso, o cálculo considera contribuições previdenciárias, que, segundo o estudo, impactam mais quem ganha menos, pois possuem um teto limitado de contribuição.

Estimativa aponta aumento de 40% na arrecadação

Com a adoção do imposto global de 14%, a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) poderia saltar de 3,1% para 4,3% do PIB, o que representaria até R$ 145,6 bilhões a mais para os cofres públicos em 2024. Isso colocaria o Brasil no mesmo patamar de arrecadação de países como Uruguai e Polônia.

Estudo propõe travas contra evasão e brechas tributárias

Para evitar a migração de capitais, o estudo sugere uma tributação de saída de até 25% sobre ganhos de capital ainda não realizados. Já em relação às deduções médicas, a proposta é substituí-las por um crédito tributário fixo ou proporcional à idade, além de permitir a dedução de medicamentos.

Além disso, o texto propõe mudanças para dificultar o uso de pessoas jurídicas e fundos de pensão como forma de ocultar rendimentos.