A qualidade do sono tem impacto direto na saúde do coração, segundo alerta do cardiologista Mateus Feitosa, dos hospitais Oto Aldeota e Oto Santos Dumont. Dormir mal pode aumentar a pressão arterial, favorecendo o surgimento ou agravamento da hipertensão, condição que afeta cerca de um quarto da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde.

A chamada pressão alta é considerada uma doença silenciosa, por geralmente não apresentar sintomas, dificultando o diagnóstico precoce. Durante o sono, o corpo entra em estado de relaxamento profundo, que favorece a produção de hormônios reguladores da circulação sanguínea. Segundo o médico, noites mal dormidas desequilibram esse processo hormonal, o que pode prejudicar a circulação e provocar alterações na pressão arterial.

Riscos aumentados para o sistema cardiovascular

A hipertensão pode atuar como porta de entrada para outras doenças, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), infarto, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca. “É preciso encarar o dado com seriedade. Essa condição afeta milhões de brasileiros e demanda uma mudança de comportamento urgente”, reforça o especialista.

Prevenção e controle da hipertensão passam por bons hábitos

Embora não tenha cura, a hipertensão pode ser controlada com mudanças na alimentação, rotina de sono e prática de exercícios físicos. Mateus Feitosa recomenda atenção ao consumo de sal e alimentos ultraprocessados, além do abandono do cigarro e uso correto de medicamentos anti-hipertensivos, quando indicados.

O acompanhamento médico regular é essencial. “O primeiro passo é procurar um cardiologista. Com o diagnóstico e um plano de tratamento adequado, é possível garantir boa qualidade de vida e de sono para o paciente”, afirma.