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O secretário-geral da ONU, António Guterres, em entrevista coletiva neste domingo (17) no centro de imprensa do G20, no Rio de Janeiro, destacou a necessidade de consenso entre os países do grupo para avançar na redução das desigualdades globais e enfrentar os desafios contemporâneos. Ele abordou temas como crise climática, a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU e conflitos globais, incluindo as guerras na Ucrânia e Palestina.
Ao comentar a participação da Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei, que rejeita acordos multilaterais e foi contra a resolução da ONU pelo fim da violência contra mulheres, Guterres reforçou que o G20 precisa de unidade. “Se o G20 se divide, ele perde importância a nível global, algo indesejável para um mundo já marcado por divisões geopolíticas”, afirmou.
Sobre o futuro governo de Donald Trump nos Estados Unidos, Guterres defendeu o fortalecimento do diálogo global e das instituições multilaterais como forma de preservar a cooperação internacional. “Manter um diálogo mínimo e batalhar pelo multilateralismo são as melhores respostas”, pontuou.
Guterres chamou atenção para os impactos da crise climática, ressaltando a seca na Amazônia e as enchentes no Sul do Brasil. Ele destacou a necessidade de liderança das grandes economias, afirmando que “falhar não é uma opção” e que soluções sustentáveis são cruciais para restaurar a confiança no sistema global.
Apesar das incertezas políticas, o secretário-geral demonstrou confiança no papel do mercado e da sociedade americana em avançar nas ações climáticas, citando o dinamismo da economia dos EUA.
Guterres reiterou a necessidade de modernizar o Conselho de Segurança, que reflete a realidade de 1945, para incluir países do Sul Global e aumentar sua legitimidade e eficácia. “Não há países africanos ou latino-americanos como membros permanentes, e isso não corresponde ao mundo de hoje”, disse.
Sobre o Oriente Médio, o secretário-geral defendeu uma abordagem que respeite o direito internacional e promova uma solução de dois estados. Guterres condenou ataques do Hamas, mas ressaltou que “eles não justificam o sofrimento coletivo do povo palestino” e pediu um cessar-fogo imediato para permitir ajuda humanitária em Gaza.