Economia
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O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um superávit primário de R$ 84,882 bilhões em janeiro de 2025, um crescimento real de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse é o maior superávit nominal já registrado para meses de janeiro desde o início da série histórica, em 1997. Em valores corrigidos pela inflação, o resultado fica atrás apenas dos registrados em 2022 e 2023.
O número superou as expectativas do mercado, que projetava um saldo positivo de R$ 83,4 bilhões, conforme levantamento do Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda.
O resultado primário considera a diferença entre receitas e despesas, sem contar o pagamento de juros da dívida pública. A meta fiscal do governo para 2025 é de déficit zero, com tolerância de 0,25% do PIB para cima ou para baixo. No limite inferior, isso permitiria um déficit de até R$ 30,97 bilhões.
O Orçamento de 2025, que deve ser votado em março pelo Congresso, prevê um superávit primário de R$ 3,7 bilhões. No entanto, ao incluir precatórios, o saldo se tornaria um déficit de R$ 44,1 bilhões.
Receitas e arrecadação federal
As receitas líquidas do governo cresceram 3,7% acima da inflação em relação a janeiro de 2024, impulsionadas pelo aumento da Cofins (recomposição de tributos sobre combustíveis e recuperação econômica), do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
A arrecadação de Imposto de Importação também teve alta significativa, refletindo a valorização do dólar e o crescimento da economia.
Por outro lado, as receitas não administradas pela Receita Federal caíram 2,5% em termos reais, principalmente porque um depósito judicial de R$ 1,4 bilhão ocorrido em janeiro de 2024 não se repetiu neste ano.
Despesas e investimentos
Os gastos do governo cresceram 4,4% acima da inflação na comparação com janeiro de 2024. Os principais aumentos foram:
•Previdência Social: +2,4%, devido ao aumento de beneficiários e à valorização do salário mínimo.
• Benefício de Prestação Continuada (BPC): +14,8%, pelos mesmos fatores.
•Gastos com saúde: +R$ 2,4 bilhões.
• Gastos discricionários (não obrigatórios): +25,2% acima da inflação.
Os investimentos do governo em obras públicas e compra de equipamentos somaram R$ 3,239 bilhões, uma alta real de 73% na comparação com janeiro de 2024.
Os gastos com o funcionalismo federal caíram 4,2%, refletindo o atraso na aprovação do Orçamento de 2025, que postergou o pagamento de reajustes salariais. Os valores devem ser pagos retroativamente após a sanção do orçamento.