Papa Francisco, morto aos 88 anos nesta segunda-feira (21), tinha uma ligação estreita com o futebol. Sócio e torcedor apaixonado do San Lorenzo, o pontífice — mesmo sendo argentino — não hesitou ao citar Pelé como o maior nome da história do esporte.

Francisco era o sócio número 88.235 do clube. Seu amor pelo “Ciclón” começou ainda na infância. Antes de se tornar a maior figura da Igreja Católica, ele frequentava o antigo estádio Gasómetro, na Avenida La Plata, para acompanhar os jogos da equipe.

Ele assumiu o papado em 2013, um ano antes de o San Lorenzo conquistar, pela primeira vez, a Copa Libertadores. Para celebrar a conquista, uma comitiva do clube foi até o Vaticano para entregar ao Papa uma réplica da taça e conversar com ele. Na ocasião, Francisco afirmou: “Ser de San Lorenzo é parte da minha identidade cultural”.

Em 2016, durante uma assembleia, o clube decidiu que o novo estádio levaria seu nome. A proposta foi aceita oficialmente por Bergoglio em 2024, quando a diretoria esteve novamente no Vaticano. Na visita, o Papa recebeu presentes simbólicos: uma camisa retrô com o nome de René Pontoni, uma camiseta de basquete, um pedaço do pátio onde o clube foi fundado e até uma parte da arquibancada do antigo Gasómetro.

Meses depois de ser eleito, Francisco recebeu no Vaticano os craques Lionel Messi e Gianluigi Buffon, às vésperas do amistoso entre Argentina e Itália. Ele presenteou os atletas com um ramo de oliveira, como símbolo de paz, e ganhou uma camisa autografada pela Seleção Argentina.

Em tom bem-humorado, comentou: “Vocês viram como os italianos foram obedientes e organizados, e os argentinos, desorganizados e descuidados? Eu sou um deles. Agora vocês sabem de onde eu venho. Digo isso aos que cuidam de mim, que me repreendem quando saio do protocolo — coisa que continuarei fazendo”.

Em 1º de setembro de 2014, Diego Maradona também esteve no Vaticano para participar de um jogo pela paz. Após a cerimônia, entregou uma camisa ao Papa e, ao deixar o encontro, declarou: “O Papa Francisco é maior que Maradona”.

Ao longo de seu pontificado, Francisco recebeu diversas camisas de clubes e seleções. A primeira foi a do Flamengo, durante visita ao Rio de Janeiro. Na mesma viagem, ganhou um manto do Ceará, lançado por um torcedor que acompanhava a passagem do Papa. Ao longo do seu pontificado, recebeu ainda o uniforme do Bahia, Palmeiras, Paraná, Grêmio, Fluminense, Vasco da Gama, Cruzeiro e até a da Seleção Brasileira autografada por Pelé, seu maior ídolo. No ano passado, foi a vez de incluir a camisa do Fortaleza em sua enorme coleção.