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Ex-policial que assassinou tesoureiro do PT é condenado a 20 anos de prisão

Júri popular considerou que assassinato de Marcelo Arruda teve motivação política e determinou cumprimento imediato da pena.
Fórum do Júri de Curitiba
Jorge José foi condenado pelo Tribunal do Júri de Curitiba. (Foto: Reprodução)

O Tribunal do Júri de Curitiba condenou, nesta quinta-feira (13), o ex-policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho a 20 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio duplamente qualificado do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

A decisão foi proferida pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, após a deliberação de um júri composto por quatro mulheres e três homens. As qualificadoras reconhecidas foram motivo torpe, associado à discussão política, e produção de perigo comum, por colocar um número indeterminado de pessoas em risco.

A defesa anunciou que recorrerá da sentença, alegando que a pena é excessiva. No entanto, a Justiça determinou a prisão imediata de Guaranho, que estava em prisão domiciliar desde setembro de 2023 por decisão de segunda instância. Ele agora deverá ser encaminhado a uma unidade prisional no Paraná.

O crime

O homicídio ocorreu em 9 de julho de 2022, meses antes da eleição presidencial. Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos, em uma festa com temática do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi atacado por Guaranho, que disparou três tiros contra ele.

Segundo as investigações, o ex-policial penal foi duas vezes ao local da festa. Na primeira, passou de carro tocando músicas de apoio ao então presidente Jair Bolsonaro, discutiu com Arruda e teve terra jogada em seu veículo. Depois de ir para casa e deixar sua esposa e filho, Guaranho retornou ao local e já chegou atirando.

Mesmo ferido por dois disparos, Arruda conseguiu sacar sua arma e atirar seis vezes contra Guaranho, atingindo-o na cabeça. O ex-policial sobreviveu, mas ficou com sequelas. Arruda não resistiu e faleceu na madrugada do dia 10 de julho.

Durante o julgamento, Guaranho alegou legítima defesa, afirmando que atirou primeiro para evitar ser atingido e que sua intenção inicial era apenas provocar. Ele não respondeu a perguntas da acusação e seu depoimento não pôde ser gravado.

A versão que prevaleceu foi a do Ministério Público do Paraná, que sustentou que Guaranho fez o primeiro ataque e motivado por intolerância política. O caso foi considerado um dos mais violentos episódios da polarização eleitoral de 2022.

Após o crime, foi sancionada no Paraná uma lei instituindo o 9 de julho como Dia Estadual contra a Intolerância Política e de Promoção da Tolerância Democrática.

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