O prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), criticou nesta sexta-feira (27) a proposta do atual gestor, José Sarto (PDT), de estadualizar o Instituto Doutor José Frota (IJF) como solução para a crise financeira do hospital. Durante coletiva de imprensa sobre a transição municipal, Evandro afirmou que já está em busca de novas fontes de financiamento e ressaltou que “Fortaleza não pode ser uma cidade caloteira”.

Críticas à proposta de estadualização

Evandro questionou o momento em que Sarto levantou o debate sobre a estadualização do IJF, destacando que o tema só foi mencionado nos últimos dias de mandato. “O prefeito Sarto passou quatro anos. Por que não pensou nisso lá atrás? Agora, no fim da gestão, faltando menos de uma semana, ele fala isso?”, indagou o petista.

O prefeito eleito afirmou ainda que já iniciou tratativas com o Ministério da Saúde e o ministro Alexandre Padilha, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ampliar os repasses federais destinados à saúde em Fortaleza. Segundo ele, R$ 19 milhões já foram garantidos para reforçar o orçamento do setor.

Proposta de repactuação defendida por Sarto

No início da semana, José Sarto defendeu que a estadualização ou federalização do IJF seria uma medida necessária para equilibrar as contas municipais. O atual prefeito argumentou que a maior parte do orçamento do IPTU de Fortaleza é direcionada ao custeio do hospital, comprometendo outras áreas essenciais.

“O IPTU de Fortaleza praticamente todo ele vai para o custeio do IJF. Precisa ter uma repactuação, inclusive defendida por arautos deste atual governo. É que o IJF é o hospital que deve ser estadualizado ou federalizado porque a missão constitucional da cidade, do município de Fortaleza, é atenção básica”, declarou Sarto.

Resposta de Evandro Leitão

Evandro Leitão destacou que, ao invés de propor a estadualização, sua gestão buscará novas parcerias e financiamentos para fortalecer o IJF e ampliar os programas de saúde. O prefeito eleito também mencionou esforços para expandir as Equipes de Saúde da Família (ESF), priorizando o atendimento básico e preventivo.

“Vamos bater na porta para que esses entes possam ajudar Fortaleza e darmos uma nova feição à nossa cidade. Fortaleza não pode ser uma cidade caloteira”, afirmou.

Desafios para 2025

A declaração de Evandro ocorre em meio à apresentação do relatório parcial da transição, que apontou um quadro financeiro preocupante na Prefeitura, incluindo dívidas de R$ 1 bilhão em empréstimos e R$ 400 milhões em inadimplências com fornecedores.