Exposição “Hiper-realismo no Brasil” chega a Fortaleza nesta terça-feira (9)

Mostra, que fica em cartaz na Caixa Cultural até 15 de setembro, já teve mais de 80 mil visitantes no país.

Da Redação
09/07/24 • 18h25

No canto da parede, um idoso repousa, lábios cerrados e olhar fixo à frente. Aproximando-se, vê-se as marcas do tempo em seu rosto e uma expressão séria, sugerindo angústia ou solidão. Seu corpo também mostra cicatrizes de uma possível cirurgia no peito.

Embora detalhada e precisa, essa figura é uma representação hiper-realista do jovem artista brasileiro Giovani Caramello. Ela é uma das dez obras que integram a exposição “Hiper-realismo no Brasil”, realizada, a partir desta terça-feira (9), na Caixa Cultural Fortaleza, na Praia de Iracema.

Giovani Caramello, autodidata nascido em Santo André em 1990, faz parte do movimento hiper-realista. Seu trabalho utiliza resina, silicone e terracota para explorar a efemeridade do tempo e a solidão. A exposição também inclui esculturas em bronze e cerâmica. O curador Ícaro Ferraz Vidal Júnior explica que a curadoria construiu uma narrativa de envelhecimento progressivo, mostrando como o tempo marca o corpo humano. As obras de Caramello criam biografias ficcionais, escrevendo rugas, pintas e cicatrizes nos personagens.

Dentre as peças em destaque na mostra, está Nikutai, uma obra impressionante com 2,5 metros de altura, e Segunda Chance, que parece estar viva e apresenta o busto de um idoso com marcas da idade esculpidas em silicone.

Além disso, haverá a oportunidade para o público participar de oficinas gratuitas, tanto presenciais quanto online, sobre curadoria, ministradas por Icaro. As oficinas irão abordar aspectos históricos da curadoria de arte e suas conexões com a cultura contemporânea, com foco no processo de pesquisa e curadoria da exposição Hiper-realismo no Brasil.

Essas figuras retratam solidão e emoções com as quais o público pode se identificar. “São figuras solitárias, atravessadas por sentimentos nos quais nos projetamos. É inevitável pensar o que esse personagem está sentindo, qual é sua história, por que está assim”, comentou o curador.

A exposição também busca mostrar a diversidade do trabalho de Caramello. Além do hiper-realismo e técnicas avançadas de representação, ele dialoga com a tradição da escultura clássica. A curadoria quis ampliar o olhar sobre a produção do artista, destacando sua consistente pesquisa técnica e artística.

A mostra “Hiper-realismo no Brasil”, que já passou por diversas cidades brasileiras, estará em Fortaleza até 15 de setembro. A entrada é gratuita e mais informações estão disponíveis no site da Caixa Cultural.

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