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EMS propõe fusão com Hypera para criar gigante farmacêutica no Brasil

Negócio pode gerar receita anual de R$ 16 bilhões e incluir Oferta Pública de Aquisição de Ações.
Fábrica da EMS em Hortolândia. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A EMS formalizou nesta segunda-feira (21) uma proposta de fusão com a Hypera, potencializando a criação de uma das maiores empresas do setor farmacêutico do Brasil. A transação, detalhada em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), prevê a confirmação ou não da operação em até 30 dias, incluindo uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) por 20% do capital votante da Hypera, ao valor de R$ 30 por ação. O preço representa um prêmio de 16,9% em relação ao fechamento de sexta-feira (18), quando as ações da Hypera estavam cotadas a R$ 25,67.

A fusão ocorre em meio à crescente preocupação dos investidores com a alavancagem financeira da Hypera, impactada pela alta de juros e do dólar, fatores que pressionam sua rentabilidade. A empresa, no entanto, mantém forte geração de caixa, o que pode auxiliar na redução dessa alavancagem.

O negócio será realizado por meio de troca de ações e aquisição pública das ações. A EMS informou que os acionistas controladores financiarão a OPA, sem impacto direto nas finanças operacionais da empresa. O plano também prevê a listagem da nova companhia no Novo Mercado da B3, consolidando uma governança com nove membros no conselho de administração – cinco indicados pela EMS e quatro pela Hypera.

A diretoria executiva será formada por profissionais das duas empresas, aproveitando o conhecimento técnico das equipes para garantir uma transição suave e eficiência operacional contínua. A EMS destacou que contratou o BTG Pactual como assessor financeiro e o Lefosse Advogados como assessor jurídico, além de estruturar um data room financeiro, operacional e jurídico para o processo de fusão.

Impacto no Mercado
Após o anúncio da proposta de fusão, as ações da Hypera subiram 4,75%, chegando a R$ 26,89. No entanto, a empresa acumula queda de 25% no ano. O Itaú BBA rebaixou sua recomendação para as ações da Hypera de “outperform” para “market perform”, reduzindo o preço-alvo de R$ 37 para R$ 29. Essa mudança ocorre após a Hypera anunciar medidas para otimizar seu capital de giro, ajustando prazos de pagamento e iniciando um novo programa de recompra de até 30 milhões de ações nos próximos 18 meses.

A fusão entre a EMS, comandada pelo empresário Carlos Sanchez, e a Hypera, liderada por João Alves Queiroz Filho, promete sinergias que devem beneficiar investidores tanto a curto quanto a longo prazo. A EMS, conhecida por marcas como Multigrip e Dermacyd, registrou uma receita de R$ 7,95 bilhões em 2023. Já a Hypera, dona de produtos como Neosaldina e Benegrip, alcançou R$ 7,91 bilhões de receita no mesmo período.

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