Dívida Pública Federal registra queda em agosto e encerra o mês abaixo de R$ 7,1 trilhões

Redução de 1,46% mantém a dívida dentro do previsto para 2024.

Da Redação
01/10/24 • 15h25

A redução é influenciada pelo alto volume de vencimentos de títulos corrigidos pela inflação. (Foto: Agência Brasil)

A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou uma queda de 1,46% em agosto, passando de R$ 7,139 trilhões em julho para R$ 7,035 trilhões, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (30). A redução é atribuída ao alto volume de vencimentos de títulos corrigidos pela inflação.

Apesar da queda, a DPF permanece dentro do intervalo estimado para o ano, que, segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF) revisado em setembro, deve fechar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), que representa os títulos emitidos dentro do Brasil, registrou uma redução de 1,55%, caindo de R$ 6,822 trilhões em julho para R$ 6,716 trilhões em agosto. O principal fator para essa diminuição foi o resgate de R$ 163,17 bilhões em títulos, superando o valor emitido no período.

Por outro lado, a Dívida Pública Federal Externa (DPFe) teve um leve aumento de 0,48%, subindo para R$ 319,17 bilhões, impulsionada pela correção de juros, mesmo com uma pequena desvalorização de 0,1% no dólar.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 107,55 bilhões em novos títulos, com grande parte desse montante (R$ 59,74 bilhões) vinculada à Taxa Selic, devido ao cenário de juros elevados. A emissão de títulos ajudou a compensar parcialmente os resgates de R$ 270,72 bilhões, que foram concentrados principalmente em papéis prefixados.

Com a maior emissão de títulos vinculados à Selic, a participação desses papéis na composição da DPF subiu de 44,95% para 46,85%. A expectativa é que essa proporção termine o ano entre 44% e 47%, conforme a revisão do PAF.

A fatia dos títulos prefixados, que têm seu rendimento definido no momento da emissão, subiu de 21,33% para 22,2% em agosto, enquanto os títulos corrigidos pela inflação tiveram uma redução significativa, passando de 29,28% para 26,43%, devido ao grande volume de vencimentos.

Em razão da greve dos servidores do Tesouro, alguns dados, como a distribuição dos detentores da dívida e o valor do colchão da dívida, não foram divulgados. No último levantamento de julho, o colchão da dívida estava em R$ 1,105 trilhão, suficiente para cobrir 8,2 meses de vencimentos.

O prazo médio para refinanciamento da DPF aumentou, passando de 4,03 para 4,11 anos. Esse aumento no prazo médio é um sinal de confiança por parte dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos.