Dona Mariquita: um mergulho no coração da gastronomia da Bahia

Eleito o 33º melhor restaurante do Brasil em 2024, o estabelecimento é um absurdo de bom.
O Dona Mariquita fica no folclórico bairro do Rio Vermelho. (Foto: Reprodução/Instagram)

O que a baiana tem? Localizado em Salvador, na Bahia, o restaurante Dona Mariquita é uma das paradas obrigatórias para conhecer a culinária regional. Localizado no bairro boêmio do Rio Vermelho, esse é um dos lugares que une as riquezas e as transforma em pratos que resgatam memórias, tradições e sentimentos. Hoje, eu te apresento um pouco sobre esse canto com perfume de dendê.

Mais do que comida, um patrimônio cultural

Diretamente da Rua do Meio, 178, no fantástico bairro do Rio Vermelho, o Dona Mariquita é inconfundível. A casa azul, que parece pequena por fora, por dentro traz uma explosão de sabores e culturas. A decoração, inspirada nos terreiros de candomblé, reflete a força espiritual e cultural do povo baiano. E esse é um ponto bastante presente em todos os âmbitos da casa. Cada detalhe — das paredes aos arranjos nas mesas — conversa com a essência dos sabores que chegam à mesa.

O cardápio é uma verdadeira viagem gastronômica pela Bahia. É sobre explorar as várias ‘Bahias’ que existem, resgatando receitas que mesclam influências africanas, indígenas e sertanejas. Aqui, a comida não é apenas alimento, mas também história e identidade.

Os pratos são preparados com ingredientes típicos que guardam as heranças culturais do estado. Um exemplo disso é a Poqueca, estrela do menu. Esse prato é uma moqueca ancestral que antecede a versão moderna, combinando camarão fresco e defumado, licuri e acaçá de leite — uma comida votiva ligada ao orixá Oxalá. Além disso, outro ponto forte oferecido na casa é o Ipetéque é muito parecido com o bobó de camarão e que é oferecido para o orixá Oxaguiã. Papo reto, é de saborear cada mordida.

O Ipeté é uma das melhores opções que você pode experimentar no Dona Mariquita (Foto: Reprodução/Instagram)

Outros destaques são a maniçoba, feita da folha da mandioca cozida por sete dias, e o efó, um refogado de taioba que traz a simplicidade e o sabor da roça para o prato. Há também o xinxim, temperado com egussi (semente de melancia ou abóbora), e a passarinha, que reproduz o baço de boi frito como vendido nos tabuleiros das baianas.

Seja você fã de pratos robustos como a feijoada com mocotó ou de mais leves como a saladinha de peguari, o Dona Mariquita está ali para te agradar. Cada refeição é uma celebração da gastronomia patrimonial da Bahia, com sabores que parecem abraçar a alma.

Os acarajés podem iniciar a experiência no restaurante com o pé direito. (Foto: Reprodução/Instagram)

Para completar, o restaurante tem um toque extra de exclusividade: algumas receitas são apresentadas como eram feitas originalmente, garantindo uma experiência gastronomicamente educativa. É impossível sair de lá sem sentir que você não apenas comeu, mas viveu a Bahia.

Reconhecimento nacional

Com 19 anos de história, o Dona Mariquita é mais do que um restaurante, é uma instituição gastronômica. Em 2024, foi reconhecido pela Revista Exame como o 33º melhor restaurante do Brasil.

Seja para celebrar a história, os sabores ou a riqueza da cultura baiana, o Dona Mariquita é o lugar onde tudo isso se encontra. O restaurante é aberto de segunda a domingo, sempre das 12h às 17h. Sempre lembrando que a casa é disputada e que o estabelecimento não faz reservas, então dê seu jeito de chegar cedo para garantir seu lugar. Vale a pena demais conhecer.

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