Economia
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A semana no mercado financeiro, que prometia ser marcada por um alívio com a entrega do pacote fiscal, terminou com tensão e incertezas. Apesar da aprovação de medidas pelo governo, investidores consideraram o plano insuficiente para economizar os R$ 70 bilhões necessários para equilibrar as contas públicas. O resultado foi um dólar à vista acima da casa dos R$ 6 pela primeira vez na história, encerrando esta sexta-feira (29) em alta de 0,17%, a R$ 6,0012. Na semana, a valorização foi de 3,21%.
A proposta do governo, que inclui a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a criação de uma alíquota mínima de 10% para rendas superiores a R$ 50 mil, foi recebida com ceticismo. Economistas avaliam que a contrapartida apresentada dificilmente será aprovada no Congresso e que as medidas podem acelerar o desequilíbrio fiscal, ao invés de conter o déficit.
Declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ajudaram a acalmar os ânimos no mercado. Lira afirmou que o Congresso terá “boa vontade” para analisar medidas de corte de gastos e sinalizou que discussões sobre a redução de arrecadação serão adiadas para 2025. Pacheco condicionou a aprovação da isenção do Imposto de Renda à existência de “condições fiscais” para sua implementação.
Reação dos mercados
Mesmo com o alívio trazido pelos líderes do Congresso, o dólar encerrou a semana em alta histórica. No mercado de juros, as taxas do Tesouro Direto atingiram suas máximas históricas, forçando a interrupção temporária das negociações.
O Ibovespa, por sua vez, conseguiu evitar mais um dia de perdas, encerrando a sessão com alta de 0,85%, aos 125.667 pontos. A reação foi impulsionada pelas ações da Petrobras, que subiram cerca de 2%, acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional e o interesse por ativos menos expostos ao ambiente fiscal adverso.
Apesar do desempenho positivo do dia, o principal índice da bolsa brasileira acumulou recuo de 2,68% na semana, refletindo a volatilidade e as incertezas sobre o futuro econômico do País.