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Comemorado nesta sexta-feira (14), o Dia Mundial do Sono reforça a importância do descanso para a saúde física e mental. No entanto, a rotina acelerada e os hábitos modernos têm comprometido cada vez mais a qualidade do sono. De acordo com a Associação Brasileira do Sono, 72% da população brasileira sofre com alterações como insônia e apneia, muitas vezes sem buscar tratamento adequado.
O impacto do estilo de vida no sono
O estilo de vida contemporâneo, marcado pelo uso excessivo de telas, altos níveis de estresse e horários irregulares, tem um impacto direto na qualidade do sono. Estudos indicam que a exposição prolongada à luz azul de celulares, computadores e televisores reduz a produção de melatonina, hormônio essencial para regular o ciclo do sono. Além disso, a pressão por produtividade tem levado muitas pessoas a dormirem menos do que o necessário.
Segundo Paulo Henryque, professor de psicologia da Estácio, a privação do sono pode trazer consequências graves. “A falta de descanso adequado pode levar a alterações no humor, dificuldades cognitivas e aumentar o risco de transtornos como ansiedade e depressão. Além disso, compromete o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infecções e doenças”, explica.
Doenças associadas à falta de sono
A privação do sono está diretamente ligada a problemas metabólicos e cardiovasculares. Um estudo publicado na revista científica Sleep mostrou que dormir menos de seis horas por noite pode aumentar em 48% o risco de doenças cardíacas. Além disso, a falta de descanso adequado interfere na produção de hormônios da fome e da saciedade, favorecendo o ganho de peso e o surgimento de diabetes tipo 2.
Pesquisas recentes também apontam que dormir mal pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Durante o sono profundo, o cérebro realiza um processo de “limpeza”, eliminando toxinas que, quando acumuladas, podem prejudicar a memória e acelerar o envelhecimento cerebral. “Quem dorme pouco ao longo da vida tem mais chances de desenvolver demência na velhice, pois o cérebro não consegue eliminar substâncias prejudiciais de forma eficiente”, alerta Paulo Henryque.
Outro efeito preocupante da privação do sono é a redução da capacidade de sonhar. Os sonhos ocorrem principalmente na fase REM, que tem papel essencial na consolidação da memória, regulação emocional e criatividade. “Quando o sono é fragmentado, passamos menos tempo na fase REM. Isso pode levar ao aumento do estresse, dificuldades na tomada de decisões e menor capacidade de resolver problemas”, explica o professor.
Como melhorar a qualidade do sono?
A adoção de hábitos saudáveis pode melhorar significativamente a qualidade do sono. Entre as principais recomendações estão:
• Manter horários regulares para dormir e acordar;
• Evitar cafeína e álcool no período da noite;
• Criar um ambiente escuro e silencioso, favorecendo o relaxamento;
• Reduzir o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir;
• Praticar atividades relaxantes antes do sono, como leitura e meditação;
• Adotar uma alimentação equilibrada, evitando refeições pesadas antes de dormir;
• Praticar exercícios físicos regularmente, mas sem exageros no período noturno.
Paulo Henryque reforça que pequenas mudanças nos hábitos diários podem trazer grandes benefícios. “Criar um ritual de sono, como ouvir músicas suaves ou tomar um banho morno antes de dormir, pode ajudar o corpo a entender que é hora de descansar”, finaliza.