Ceará
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O Ceará registrou redução de 7,1% no déficit habitacional em 2023, segundo levantamento da Fundação João Pinheiro (FJP) em parceria com o Ministério das Cidades. O número de famílias em situação de déficit caiu de 227.693 para 211.473 domicílios.
Na região Nordeste, a queda foi de 7,2%, passando de 1,76 milhão para 1,63 milhão de residências. O destaque foi o Piauí, com queda de 26,9%, seguido por Paraíba (-24,8%) e Bahia (-10,8%). Por outro lado, Pernambuco (+16,7%) e Alagoas (+5,9%) tiveram aumento no número de famílias afetadas.
O levantamento vai subsidiar ajustes em políticas públicas de moradia. Segundo o Ministério das Cidades, o resultado reflete a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que ampliou o acesso à casa própria com medidas como:
redução das taxas de juros;
aumento dos descontos em financiamentos;
extensão dos prazos de pagamento;
criação da nova faixa MCMV Classe Média, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, permitindo financiar imóveis de até R$ 500 mil com juros de 10% ao ano.
Mesmo com a queda, o levantamento aponta que 43,3% das moradias nordestinas carecem de infraestrutura básica, como água encanada, rede de esgoto ou coleta de lixo. Além disso:
22,7% apresentam problemas estruturais;
4,9% não possuem documentação regular;
grande parte das famílias compromete mais de 30% da renda com aluguel.
O governo federal anunciou que lançará um novo programa para financiar a reforma de casas populares, permitindo melhorias como construção de banheiros, troca de instalações elétricas e hidráulicas ou simples pintura, sem comprometer a renda familiar.
Em todo o Brasil, o déficit habitacional relativo caiu para 7,6%, o menor patamar da série histórica. No acumulado, o país apresentou retrações consistentes em todas as regiões, impulsionado por políticas de crédito e cooperação entre União, estados e municípios.