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Custo da ‘cesta ideal’ chega a R$ 432 em abril, aponta pesquisa

Levantamento do Instituto Pacto Contra a Fome destaca impacto da inflação alimentar.
O boletim reforça a necessidade de políticas públicas efetivas para garantir o direito à alimentação adequada. (Foto: Valter Campanato)

O Instituto Pacto Contra a Fome divulgou a nova edição do Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação dos Alimentos, que apresenta pela primeira vez o cálculo do custo da “cesta ideal” para uma alimentação saudável no Brasil. Segundo o levantamento, elaborado em parceria com o Núcleo de Epidemiologia e Biologia da Nutrição (NEBIN), o custo da cesta em abril de 2025 foi de R$ 432 por pessoa, o equivalente a 21,4% da renda média per capita, estimada em R$ 2.020, conforme a PNAD Contínua.

A análise revela que mais de 70% da população brasileira não possui renda suficiente para arcar com esse custo e as demais despesas essenciais. Além disso, cerca de 10% da população vive com renda inferior ao valor total da cesta, o que corresponde a aproximadamente 21,7 milhões de pessoas.

Essa estimativa revela que, mesmo sendo um direito garantido, a alimentação adequada está fora do alcance da maioria da população”, destacou Ricardo Mota, gerente de inteligência estratégica do Instituto. Para ele, o resultado evidencia a necessidade de monitoramento contínuo e políticas públicas efetivas para enfrentar a insegurança alimentar no país.

O boletim também aponta uma aceleração da inflação dos alimentos em abril. O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,82%, com destaque para a alta expressiva nos preços da batata (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). No mesmo período, o IPCA geral ficou em 0,43%, indicando o peso desproporcional da inflação alimentar no custo de vida das famílias, especialmente as de menor renda.

Apesar das quedas em itens como arroz (-4,19%), mamão (-5,96%) e feijão preto (-5,45%), a pressão inflacionária persiste sobre produtos essenciais e in natura, que são mais sensíveis às variações climáticas e sazonais. O boletim destaca que o impacto da inflação alimentar pode ser até 2,5 vezes maior para famílias vulneráveis do que para aquelas de alta renda.

O Pacto Contra a Fome atua como uma coalizão suprapartidária e multissetorial, com o objetivo de erradicar a fome até 2030 e garantir que todos os brasileiros tenham alimentação adequada até 2040. A organização trabalha sob três pilares: articulação, inteligência estratégica e incentivo. “Temos convicção de que a meta é possível de ser cumprida se todos somarmos nesta causa. Governos, setor empresarial, terceiro setor e sociedade civil são imprescindíveis nesta jornada”, afirmou Geyze Diniz, cofundadora e presidente do Conselho do Pacto.

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