Economia
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira (11) o novo patamar da taxa Selic, sob pressão da alta do dólar e do aumento no preço dos alimentos. A expectativa do mercado financeiro, segundo o último boletim Focus, é de que a Selic seja elevada em 0,75 ponto percentual, passando de 11,25% para 12% ao ano.
A reunião, que encerra o ciclo de gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central, ocorre em um cenário de incertezas domésticas e externas. A partir de janeiro de 2025, o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, assumirá a presidência da instituição.
Se confirmada, esta será a terceira elevação consecutiva da Selic, reflexo de uma inflação que permanece acima do teto da meta para 2024, estabelecida em 3% com tolerância de até 4,5%. Em novembro, o IPCA, índice oficial de inflação, desacelerou para 0,39%, mas o acumulado em 12 meses alcançou 4,87%, pressionado pelos preços dos alimentos e serviços.
O boletim Focus prevê uma inflação de 4,84% em 2024, acima do teto permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Apesar da desaceleração no preço dos combustíveis e da bandeira verde nas contas de luz, fatores como a alta da carne e passagens aéreas continuam impactando o índice.
O Copom também acompanha o cenário externo, onde a conjuntura econômica dos Estados Unidos traz incertezas. A postura do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, em relação ao controle da inflação e ao ritmo de desaceleração econômica, influencia decisões no Brasil.
No âmbito doméstico, a política fiscal e os gastos públicos seguem no radar do Copom, que alertou em sua última ata para a necessidade de manter uma política monetária contracionista, mesmo que isso prolongue o ciclo de alta dos juros.
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando elevada, encarece o crédito e reduz o consumo, contribuindo para a estabilidade dos preços, mas também pode dificultar a expansão econômica. Por outro lado, cortes na Selic tornam o crédito mais acessível, estimulando a produção e o consumo, mas podem reduzir o controle inflacionário.