As contas externas do Brasil registraram um déficit de US$ 2,245 bilhões em março, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo Banco Central (BC). O saldo negativo nas transações correntes, que incluem compras e vendas de mercadorias, serviços e transferências de renda com o exterior, foi menor do que o registrado em março de 2024, quando o déficit foi de US$ 4,087 bilhões.

A melhora é atribuída ao aumento do superávit comercial, impulsionado pelas exportações, e à redução do déficit em renda primária (pagamento de juros e remessa de lucros). Por outro lado, o déficit em serviços cresceu, pressionando as contas externas.

No acumulado de 12 meses encerrados em março, o déficit em transações correntes atingiu US$ 68,467 bilhões, o equivalente a 3,21% do Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com março de 2024, o aumento é expressivo, uma vez que o déficit naquele período era de US$ 26,307 bilhões (1,17% do PIB).

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, ainda não é possível afirmar se a alta recente é uma inflexão ou um movimento pontual.

Balança comercial e serviços

As exportações de bens totalizaram US$ 29,449 bilhões em março, um crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior, enquanto as importações somaram US$ 21,812 bilhões, alta de 0,9%. Com isso, o superávit comercial foi de US$ 7,637 bilhões.

O déficit na conta de serviços chegou a US$ 4,352 bilhões, impulsionado principalmente pelos gastos com propriedade intelectual (serviços de streaming e softwares), que subiram 70,5%, e pelo aumento dos custos de transporte internacional.

Rendas

O déficit em renda primária – que inclui lucros, dividendos e juros – foi de US$ 5,781 bilhões em março, uma queda de 13,4% em comparação ao mesmo mês de 2024.

Investimentos e reservas

O Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 5,990 bilhões em março, abaixo dos US$ 10,236 bilhões registrados no mesmo mês de 2024, devido a movimentações atípicas no ano passado. O IDP em 12 meses acumula US$ 68,213 bilhões (3,19% do PIB).

Já os investimentos em carteira apresentaram saída líquida de US$ 1,780 bilhão no mês. As reservas internacionais do país atingiram US$ 336,157 bilhões em março, crescimento de US$ 3,649 bilhões em comparação a fevereiro.