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Congresso do Peru destitui a presidente Dina Boluarte em meio à crise de segurança no país

José Jerí assume interinamente a presidência até as eleições gerais previstas para abril de 2026.
Dina Boluarte
O presidente do Parlamento, José Jerí, assume o comando interino até as eleições gerais de 2026. (Foto: Angela Ponce)

Durante a sessão realizada na noite de quinta-feira (9), o Congresso peruano aprovou, por maioria, a destituição da presidente Dina Boluarte, sob a acusação de “incapacidade moral permanente” para o exercício da função. A líder de 63 anos não compareceu à convocação feita pelo Parlamento.

“A destituição da presidente foi aprovada”, anunciou o presidente do Congresso, José Jerí, ao final da sessão. Ele passa agora a exercer o cargo interinamente até a realização das eleições gerais de abril de 2026.

A decisão ocorre em meio a uma onda de crimes e instabilidade política que abala o país. Do lado de fora do Parlamento, manifestantes comemoraram a medida empunhando bandeiras peruanas e cartazes contra o governo.

Perda de imunidade e possíveis processos judiciais

Com a destituição, Dina Boluarte perde a imunidade presidencial e pode responder judicialmente por casos em investigação, incluindo o chamado “Rolexgate”, que envolve a posse não declarada de relógios e joias de luxo, e uma cirurgia estética mantida em sigilo em 2023, contrariando a lei peruana.

A presidente já havia enfrentado cinco tentativas anteriores de destituição, todas sem êxito. Desta vez, a moção foi aprovada após o recuo de partidos de direita e extrema direita, que antes compunham sua base de apoio.

Instabilidade política e crise de segurança

A saída de Boluarte marca mais um capítulo na crise política do Peru, que soma seis presidentes em menos de nove anos. Ela havia assumido o cargo em dezembro de 2022, após a queda de Pedro Castillo, num contexto de protestos violentamente reprimidos que deixaram pelo menos 50 mortos.

Nos últimos meses, o governo enfrentava protestos crescentes em Lima e em outras regiões, impulsionados pela alta da criminalidade, extorsões e assassinatos atribuídos ao crime organizado.

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