Pesquisar

Economia

Economia

CNI reduz projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2025

Confederação prevê desaceleração econômica e menor ritmo de expansão em serviços e indústria.
A projeção inicial era de 2,4% para este ano. (Foto: Marcello Casal Jr)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, passando de 2,4% para 2,3%, segundo relatório divulgado na última quarta-feira (23). A redução, segundo a entidade, reflete uma desaceleração mais intensa da economia do que o previsto e expectativas de alta na taxa Selic.

De acordo com Mário Sérgio Telles, diretor de Economia da CNI, “a economia brasileira dá claros sinais de desaceleração”, um movimento iniciado no último trimestre de 2024, quando o crescimento foi de apenas 0,2%, bem abaixo da média dos trimestres anteriores.

Desempenho por setor

Para a indústria, o crescimento projetado é de 2%, frente aos 3,3% registrados em 2024. O setor de serviços também deve apresentar desaceleração, com alta de 1,8% em 2025, ante 3,7% no ano anterior. A indústria de transformação deve crescer 1,9%, metade do avanço registrado em 2024 (3,8%), e o setor de construção deve passar de 4,3% para 2,2% neste ano.

Na contramão, o desempenho da indústria extrativa deve melhorar, com crescimento estimado de 1%, contra 0,5% no ano passado. O setor agropecuário também deve se recuperar, com crescimento de 5,5%, após registrar queda de 3,2% em 2024.

Outros indicadores econômicos

A Selic real (descontada a inflação) deve encerrar o ano em 9,8% ao ano, acima dos 7% de 2024, segundo as previsões da CNI. Já as concessões de crédito devem crescer 6,5%, também abaixo dos 10,6% registrados no ano anterior.

A entidade também projeta menor crescimento nas despesas do governo, com alta real de 2% (contra 3,7% em 2024), e no consumo das famílias, com avanço de 2,2%, menos da metade da taxa observada no ano anterior (4,8%).

O mercado de trabalho deve sentir os efeitos do cenário mais restritivo: o número de pessoas ocupadas deve subir apenas 0,5% (ante 2,8% em 2024), e a massa salarial deve crescer 4,8%, ante 7,6% no ano passado.

Por fim, a CNI alerta para a retração no ritmo dos investimentos, com crescimento estimado de 2,8% (contra 7,3% em 2024), e para o impacto negativo do cenário internacional, especialmente devido à nova política comercial dos Estados Unidos, que pode afetar a demanda externa por produtos brasileiros.

Mais notícias

plugins premium WordPress