O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes oficializou, nesta quarta-feira (22), sua filiação ao PSDB em um evento realizado em Fortaleza. O movimento político marca o retorno de Ciro à legenda pela qual governou o Ceará e o posiciona como um nome central para as eleições de 2026, seja como candidato à Presidência da República ou ao Governo do Ceará.

Articulação de Tasso e união da oposição

A filiação foi articulada pelo ex-governador e líder histórico do PSDB no estado, Tasso Jereissati, que confirmou que Ciro assumirá a presidência do partido no Ceará. O evento reuniu diversas lideranças da oposição ao governo de Elmano de Freitas (PT), incluindo figuras com quem Ciro já teve desavenças no passado, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil).

Em seu discurso, Ciro pregou a união e a moderação. “Não será com radicalismos, sectarismos, estimulando o ódio, a desavença entre as pessoas que repartem famílias e destroem amizades. O Brasil precisa construir um grande caminho de reconciliação”, afirmou. Com um tom regionalista, acrescentou: “Morro pelo Brasil e mato pelo Ceará”.

Apoio a Roberto Cláudio e críticas ao governo

Apesar de seu nome ser cotado para a disputa estadual, Ciro indicou preferência pelo ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que deve se filiar ao União Brasil. “É exemplo do Tasso Jereissati fazer aposta nas pessoas. E você, Roberto, é o mais preparado, mais qualificado e mais pronto para qualquer tarefa. (…) Está pronto para ser um grande governador do Estado do Ceará”, declarou.

Segundo Ciro, é preciso unir o grupo, “apesar das diferenças”, para construir uma alternativa ao atual governo. A movimentação busca consolidar uma frente única de oposição no estado.

Saída do PDT e contexto político

A filiação ao PSDB ocorre após Ciro Gomes deixar o PDT, partido que integrou por 10 anos e pelo qual disputou duas eleições presidenciais. O pedido de desfiliação foi entregue na última sexta-feira (17). O principal motivo do rompimento foi a aliança entre o PDT e o PT no Ceará, que apoia a gestão de Elmano de Freitas, alvo de críticas recorrentes do ex-ministro.