UFC usa camarão para desenvolver tecnologia renovável para extração de hidrogênio verde

Membrana de quitosana substitui material importado e promove sustentabilidade na produção de energia..

Da Redação
26/05/24 • 16h06

Eletrolisador no laboratório de Mecânica da Fratura e Fadiga da Universidade Federal do Ceará. (Foto: UFC)

O Laboratório de Mecânica da Fratura e Fadiga (LAMEFF) da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveu uma nova tecnologia para a extração de hidrogênio verde, considerado uma alternativa aos combustíveis fósseis. A pesquisa foi conduzida pelo físico Santino Loruan, como parte de seu doutorado no Programa de Engenharia e Ciências Materiais da UFC.

Santino Loruan desenvolveu uma membrana de quitosana, utilizada em eletrolizadores para separar as moléculas de hidrogênio do oxigênio na água. Esta membrana é produzida a partir da casca de camarão ou de caranguejo, abundantes no litoral brasileiro, e serve como substituto mais acessível e sustentável para a membrana sintética nafion, que é importada e mais cara.

A inovação não apenas reduz custos, mas também minimiza impactos ambientais, pois a membrana de quitosana não polui quando descartada. O processo de extração do hidrogênio é alimentado por energia solar, tornando-o completamente sustentável e justificando a designação de “hidrogênio verde”.

Conforme explicado por Enio Pontes de Deus, coordenador do LAMEFF e orientador do projeto, “o hidrogênio, na verdade, não tem cor nenhuma. É um gás inerte e incolor, o elemento mais abundante na atmosfera. Ele é verde porque é obtido com fonte renovável.”

A tecnologia foi patenteada pela UFC e será uma das inovações destacadas na Conferência Internacional das Tecnologias das Energias Renováveis (Citer), que ocorrerá de 3 a 5 de junho em Teresina, Piauí. O evento contará com a participação de 180 palestrantes em 45 painéis de formato híbrido e espera atrair 10 mil visitantes, incluindo empresários interessados na produção industrial da membrana e outras inovações brasileiras.