Uece e Energia Pecém firmam parceria para desenvolver carvão a partir de biomassa de coco

Projeto visa reduzir emissões de carbono na geração de energia termelétrica com investimento inicial de R$ 2,5 milhões.

Da Redação
29/08/24 • 10h00

A parceria foi assinada nesta quarta-feira (28). (Foto: UECE)

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Energia Pecém assinaram, nesta quarta-feira (28), um memorando de entendimento para o desenvolvimento de um projeto inovador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) focado na produção de carvão híbrido a partir da biomassa de coco.

O projeto, que terá duração de 24 meses, contará com um investimento inicial de R$ 2,5 milhões e será liderado pela professora Mona Lisa Moura, coordenadora do Laboratório de Conversão Energética e Inovação (LCE+) da Uece.

O carvão híbrido, também conhecido como biocarvão, é um insumo energético mais sustentável, produzido a partir de resíduos da biomassa do coco. O objetivo da parceria entre a Uece e a Energia Pecém é avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental da queima associada entre o biocarvão e o carvão mineral para a geração de energia na usina termelétrica Pecém I. O projeto também investigará o uso do biocarvão obtido a partir de resíduos de esgoto, processados termoquimicamente.

O reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, destacou a importância da colaboração entre a universidade e o setor produtivo para enfrentar os desafios da transição energética. “Parcerias como essa fortalecem não apenas a cadeia produtiva e social do estado, mas também posicionam o Ceará na vanguarda da inovação tecnológica para a sustentabilidade,” afirmou.

A professora Mona Lisa Moura, coordenadora do projeto, ressaltou que a iniciativa vai além da descarbonização da usina, ampliando a capacitação de recursos humanos especializados no Ceará. Carlos Baldi, presidente da Energia Pecém, enfatizou que o projeto contribuirá para a redução das emissões de CO2 na usina Pecém I, que vem sendo pioneira em projetos voltados para uma transição energética mais justa e de menor impacto ambiental.

O Brasil é o maior produtor de coco da América do Sul, com o Ceará liderando a produção nacional. Anualmente, o estado gera mais de 2 milhões de toneladas de resíduos de coco, que representam um desafio ambiental significativo.