Sinduece repudia falas de Elmano de Freitas sobre greve na educação: “Justo é não mentir”

Governador afirmou, em entrevista, que o movimento grevista é politicamente injusto.

Da Redação
05/06/24 • 11h15

Elmano de Freitas criticou o movimento grevista das universidades estaduais.  (Foto: Governo do Ceará)

A greve dos professores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) ganhou um novo capítulo após declarações recentes do governador Elmano de Freitas. O Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece) repudiou as falas do chefe do executivo estadual feitas durante entrevista ao Diário do Nordeste nesta terça-feira (4). De acordo com a entidade, o Palácio da Abolição tenta “desmoralizar o movimento grevista dos professores das universidades de ensino superior do Estado”.

Elmano declarou que a greve estabelecida pelos docentes da UECE, Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade do Vale do Acaraú (UVA), é politicamente injusta. Afirmando que a média salarial dos professores da instituição é de R$ 14 mil chefe do governo estadual defendeu que não seria “justo esse professor de R$ 14 mil não dar aula para um aluno que a família dele ganhou R$ 1.400, R$ 1.500, R$ 2.000”.

Apesar da fala do governador, não são todos os docentes que recebem o valor de R$ 14 mil de salário. As universidades estaduais têm Planos de Cargos, Carreira e Salários (PCCS). Dependendo da graduação e do tempo de serviço do servidor na instituição, os valores podem passar do valor mencionado. Entretanto, a grande maioria dos professores ganha um valor muito abaixo dos R$ 14 mil. Todas as remunerações podem ser conferidas no Portal da Transparência do Governo do Ceará.

O movimento grevista completou 60 dias nesta terça-feira. Os professores das instituições universitárias estaduais reivindicam reposição salarial, nomeação de novos docentes, concurso para servidores, entre outras pautas.

O presidente do Sinduece, Nilson Cardoso, criticou o posicionamento do governador e a fala de que o movimento paredista seria injusto. “O que não é justo é docentes, assim como o conjunto dos servidoraes arcarem com o arrocho imposto a quem está à serviço da população cearense. Enquanto cria dúvida sobre as razões da greve de professores, o governador Elmano paga prêmio mensal de 17 mil reais à procuradores e concede isenção fiscal bilionária ao empresariado instalado no Ceará. Justo é não mentir”, afirmou.

Na próxima terça-feira (11), os representantes da categoria conseguiram uma nova mesa de negociação com os representantes do governo para tratar sobre as reivindicações. De acordo com nota do Sinduece, a seção continua “aberta ao diálogo” para apresentar contraproposta e pôr fim à greve.