Ceará
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O Ceará registrou 989 transplantes de órgãos e tecidos entre janeiro e junho de 2025, consolidando-se como um dos estados com maior desempenho na área. Os dados incluem 11 transplantes de coração, 110 de fígado, 3 de pulmão, 123 de rim, 690 de córnea e 52 de medula óssea.
Mesmo com os avanços, o Ministério da Saúde aponta que 45% das famílias brasileiras ainda recusam a doação de órgãos. Atualmente, mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no país, sendo 2.106 no Ceará.
Para enfrentar o desafio e incentivar novas doações, o governo federal lançou o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot).
A iniciativa tem como foco qualificar o diálogo entre equipes hospitalares e familiares de potenciais doadores, além de valorizar os profissionais que atuam diretamente nos processos de identificação e logística de transplantes.
“A principal mensagem que queremos passar às famílias é a segurança e a seriedade do Sistema Nacional de Transplantes, reconhecido mundialmente. Reforçamos a importância de o doador manifestar à família o desejo de doar. Esse gesto, mesmo em um momento de dor, pode salvar a vida de três ou quatro pessoas e manter viva a memória do ente querido”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O programa também prevê formação continuada para profissionais da saúde, com foco em acolhimento, empatia e apoio emocional às famílias.
O Prodot faz parte de um pacote de investimentos de R$ 20 milhões por ano para fortalecer o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Desse total, R$ 13 milhões serão aplicados na inclusão de novos procedimentos, como o transplante de membrana amniótica — indicado para queimaduras graves — e o transplante multivisceral, destinado a casos de falência intestinal.
Outros R$ 7,4 milhões serão destinados exclusivamente ao Prodot, com o objetivo de aumentar o percentual de doações familiares e reduzir o tempo de espera dos pacientes.
Segundo o Ministério da Saúde, o país realizou 14,9 mil transplantes no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 21% em relação a 2022. A marca representa o melhor resultado em 26 anos e reflete o aumento do investimento público e da coordenação nacional entre os estados.
Com o Ceará entre os líderes em produtividade, o governo federal espera elevar a taxa de doadores efetivos e garantir atendimento mais ágil aos pacientes que aguardam na fila.