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Carla Zambelli foi presa em Roma pela polícia italiana na terça-feira (29) e inicia um processo que pode resultar em sua extradição ao Brasil. A deputada federal do PL estava foragida desde maio, quando foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça. Durante esse período, constava na lista de procurados da Interpol, sendo monitorada por autoridades internacionais.
A captura ocorreu após denúncia do deputado italiano Angelo Bonelli, que informou à polícia o endereço onde Zambelli estava hospedada. Bonelli já havia solicitado ao governo da Itália urgência na extradição, destacando que a cidadania italiana não pode ser usada para evitar condenações. Segundo a Polícia Federal, a parlamentar será submetida aos trâmites previstos na legislação italiana e nos tratados internacionais que regem casos de extradição.
A condenação de Zambelli está relacionada ao ataque cibernético contra o CNJ, realizado em 2023 pelo hacker Walter Delgatti, que afirmou ter agido a mando da deputada. Esse episódio gerou grande repercussão política e levou à inclusão do nome da parlamentar no sistema internacional de alerta.
O advogado Fabio Pagnozzi afirmou que a parlamentar decidiu se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. Segundo ele, Zambelli não estava escondida, apenas aguardava um posicionamento formal para colaborar com o processo. Em vídeo publicado, a deputada disse confiar que terá um julgamento justo na Itália e reforçou que não pretende retornar ao Brasil para cumprir pena.
Zambelli declarou que, se necessário, cumprirá qualquer decisão em território italiano, afirmando acreditar em uma análise detalhada dos processos que, segundo ela, provará sua inocência. Essas declarações reforçam a estratégia de defesa adotada no exterior.
Além do caso do CNJ, Zambelli responde a outro processo no STF por porte ilegal de arma, envolvendo o episódio em que perseguiu o jornalista Luan Araújo armada, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Esse julgamento está suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques, mas conta com seis votos pela condenação a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.
O processo de extradição segue em análise pelas autoridades italianas, que decidirão os próximos passos com base nas normas vigentes.