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O Brasil reduziu em 12% as emissões de gases de efeito estufa em 2023, comparado ao ano anterior, informou nesta quinta-feira (7) o Observatório do Clima. Em 2023, o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), uma queda significativa em relação às 2,6 bilhões de toneladas de 2022. Esse é o maior declínio percentual desde 2009, quando as emissões brasileiras atingiram o menor índice da série histórica.
A principal razão para essa redução foi a queda no desmatamento da Amazônia, onde as emissões caíram 37%, passando de 1,074 bilhão de toneladas para 687 milhões de toneladas. Entretanto, outros biomas apresentaram alta nas emissões: o Cerrado teve um aumento de 23%, a Caatinga 11%, a Mata Atlântica 4% e o Pantanal 86%. Somente o Pampa registrou queda de 15%, embora represente apenas 1% do total.
Uso da terra e agropecuária foram responsáveis pela maior parte das emissões. As mudanças no uso da terra responderam por 46% das emissões, com 1,062 bilhão de toneladas de CO2e, enquanto a agropecuária registrou seu quarto recorde consecutivo, representando 28% das emissões. O crescimento do rebanho bovino foi um dos principais fatores, com a fermentação entérica de bovinos gerando 405 milhões de toneladas de emissões, mais do que a emissão total de países como a Itália.
As emissões nos setores de energia e resíduos cresceram em 1% e 1,1%, respectivamente. No setor energético, o aumento no consumo de combustíveis fósseis, como óleo diesel, gasolina e querosene de aviação, elevou as emissões de transporte em 3,2%, chegando ao recorde de 224 MtCO2e. Essa alta compensou a redução de emissões provenientes da geração de eletricidade por termelétricas fósseis, que caiu 8%.
Além disso, as emissões de queimadas de pasto e vegetação nativa diminuíram 38% e 7%, respectivamente. O Observatório do Clima destacou que, embora essas emissões não sejam contabilizadas no inventário nacional, elas se tornam cada vez mais relevantes com o aumento do risco de incêndios devido às mudanças climáticas.