Após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta médica na manhã do último domingo (4). Ele havia sido internado em 13 de abril, quando passou por uma cirurgia de 12 horas para retirada de aderências no intestino e reconstrução da parede abdominal, consequências da facada sofrida em 2018.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram Bolsonaro deixando o hospital de carro e cumprimentando apoiadores. A unidade de saúde ainda não divulgou boletim oficial sobre a alta, mas a equipe médica já havia informado melhora no quadro clínico, inclusive com retomada da alimentação via oral na última terça-feira (29) e saída da UTI na quarta-feira (30), após 18 dias de cuidados intensivos.

A cirurgia foi conduzida pelo médico Cláudio Birolini, diretor de Cirurgia-Geral do Hospital das Clínicas da USP, que liderou outras intervenções anteriores do ex-presidente. Esta foi a sexta cirurgia de Bolsonaro desde o atentado sofrido durante a campanha presidencial de 2018, todas elas para tratar sequelas do ferimento abdominal.

Internação coincidiu com ação penal no STF

A internação no Rio Grande do Norte, onde Bolsonaro sentiu fortes dores abdominais em 11 de abril, ocorreu no mesmo dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente réu por tentativa de golpe de Estado. A medida incluiu também sete aliados políticos e teve como relator o ministro Alexandre de Moraes.

Durante a internação em Brasília, Bolsonaro recebeu intimação do STF ainda na UTI, no dia 23 de abril, ocasião em que gravou um vídeo de 11 minutos discutindo com a oficial de Justiça que entregou o documento. A publicação levou a nota de repúdio de entidades da categoria e motivou o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal a abrir investigação sobre o ingresso de visitantes e servidores na UTI do DF Star, incluindo políticos aliados que visitaram o ex-presidente.