Economia
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O Banco Central (BC) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 13,25% ao ano, conforme decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (29). O aumento, já antecipado pelo mercado financeiro, foi anunciado na reunião de dezembro e reflete a preocupação com a alta do dólar, a inflação acima da meta e a instabilidade econômica global.
Em comunicado, o Copom destacou a incerteza sobre a política monetária dos Estados Unidos, além do aquecimento da economia brasileira, que mantém os núcleos de inflação elevados. O texto também mencionou os impactos das dúvidas sobre os gastos públicos, que afetam os preços dos ativos financeiros e as expectativas econômicas.
O Banco Central indicou que uma nova elevação de 1 ponto percentual está confirmada para março, mas não detalhou se o ciclo de altas continuará na reunião de maio.
Inflação e impacto no crédito
A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em dezembro de 2024, a inflação ficou em 0,52%, pressionada pelo aumento dos preços dos alimentos, especialmente carnes e frutas.
No acumulado do ano passado, o IPCA atingiu 4,83%, superando o teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Para 2025, a projeção do Banco Central foi revista para 5,2%, enquanto o mercado financeiro estima um valor ainda mais alto, de 5,5%, conforme o último boletim Focus.
O aumento da Selic tem impacto direto no crédito, encarecendo empréstimos e financiamentos, o que reduz o consumo e a atividade econômica. No entanto, a medida é vista como necessária para conter a inflação. O BC projeta crescimento de 2,1% para o PIB em 2025, enquanto o mercado financeiro estima 2,06%.