Economia
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (7), a elevação da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, fixando os juros básicos da economia em 14,75% ao ano. A decisão foi unânime e já era esperada pelo mercado financeiro, marcando a sexta alta consecutiva da taxa, agora no maior patamar desde agosto de 2006.
O aumento ocorre em meio ao encarecimento dos alimentos e da energia, além das incertezas econômicas globais. Segundo o Copom, o cenário atual “demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”.
Com essa nova elevação, o ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024 se consolida. Desde então, a Selic foi ajustada cinco vezes consecutivas, com incrementos que variaram de 0,25 a 1 ponto percentual.
A medida é uma resposta à inflação persistente, que acumulou 5,49% em 12 meses, segundo o IPCA-15 de abril. O número está acima do teto da meta contínua de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O IPCA cheio de abril será divulgado na próxima sexta-feira (9).
No novo modelo de meta contínua de inflação, a avaliação é feita mês a mês com base no acumulado dos 12 meses anteriores. Para maio de 2025, por exemplo, será considerada a inflação de junho de 2024 a maio de 2025, comparando-se ao centro da meta de 3% e ao intervalo de tolerância (de 1,5% a 4,5%).
O Banco Central prevê inflação de 4,8% para 2025 e 3,6% para 2026, segundo o cenário de referência. O mercado financeiro, porém, está mais pessimista: a última edição do Boletim Focus projeta IPCA de 5,53% em 2025, ainda acima da meta.
Com o novo patamar, o crédito se torna mais caro, o que desestimula o consumo e a produção, mas ajuda a conter a inflação. O efeito colateral, no entanto, pode ser uma redução no ritmo de crescimento da economia. A previsão do PIB para 2025, segundo o BC, é de 1,9%, enquanto o mercado estima 2%.