Economia
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O Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (19), um novo aumento da taxa Selic, que passou de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão foi unânime no Comitê de Política Monetária (Copom) e ocorre em meio à alta da inflação, especialmente nos setores de alimentos e energia, e às incertezas no cenário econômico global.
Segundo o comunicado do Copom, a decisão foi influenciada pela percepção de risco sobre a política fiscal brasileira, além da indefinição quanto aos rumos da taxa de juros nos Estados Unidos, administrada pelo Federal Reserve (Fed). O BC também destacou que, apesar de sinais de moderação, a economia brasileira segue aquecida.
“O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, informou o Copom.
O Banco Central também sinalizou que a Selic deve continuar subindo, mas com aumentos menores. Para a próxima reunião, em maio, a previsão é de elevação em menor magnitude, sem uma indicação clara do que ocorrerá nos meses seguintes.
Inflação acima da meta e impacto no consumo
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou fevereiro com alta de 1,48%, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses. O resultado está acima do teto da meta de inflação, estipulada em 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O Banco Central atualizou suas previsões para a inflação. Agora, a estimativa é que o IPCA feche 2025 em 5,1%, enquanto para 2026 a previsão caiu para 3,9% no terceiro trimestre.
Com a Selic em alta, o crédito ficará mais caro para consumidores e empresas, o que pode levar a uma desaceleração no crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o BC projetou um crescimento de 2,1% para o PIB em 2025, enquanto o mercado financeiro prevê um avanço um pouco menor, de 1,99%.
A taxa básica de juros influencia diretamente os financiamentos, investimentos e empréstimos no país. Com os juros mais altos, a tendência é de redução na demanda por crédito e no consumo, ao mesmo tempo em que o custo de produção das empresas também aumenta.
A Selic agora está no maior nível desde outubro de 2016, quando também estava em 14,25% ao ano. O ciclo de alta começou em setembro do ano passado, quando a taxa estava em 10,5%, e desde então foram cinco aumentos consecutivos.