Economia
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O Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 11,25% ao ano. A decisão, anunciada nesta terça-feira (5), foi unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) e reflete as incertezas econômicas globais e o aumento da inflação. O mercado já previa o ajuste.
Após um ciclo de cortes desde 13,75% em agosto de 2022, a Selic havia sido reduzida até chegar a 10,5% em julho deste ano. No entanto, a pressão inflacionária e a recente valorização do dólar influenciaram o Copom a retomar os aumentos a partir de setembro.
Em nota, o Copom mencionou a “conjuntura econômica incerta” nos Estados Unidos, destacando que a postura do Federal Reserve em relação à inflação e ao crescimento impacta as decisões no Brasil. No cenário interno, a entidade reiterou a necessidade de uma política fiscal sólida, enfatizando que o controle de gastos públicos pode ajudar na estabilidade econômica e na contenção da inflação.
A Selic é a principal ferramenta de controle da inflação, medida pelo IPCA. Em setembro, o IPCA subiu 0,44%, impulsionado pelos aumentos nas contas de energia e nos preços de alimentos. O IPCA acumulado em 12 meses já atinge 4,42%, aproximando-se do teto da meta de 4,5% para 2024. No boletim Focus, o mercado projeta uma inflação de 4,59% para o fim do ano, acima do limite estabelecido.
O Banco Central ajustou suas projeções para a inflação, prevendo IPCA de 4,6% para 2024 e de 3,9% para 2025, considerando o impacto da alta do dólar e da seca. No último Relatório de Inflação, publicado em setembro, a previsão de crescimento do PIB para 2024 foi revisada para 3,2%.
O aumento da Selic torna o crédito mais caro, o que impacta diretamente o consumo e a produção, desacelerando a economia para conter a inflação. Contudo, taxas mais altas também podem limitar o crescimento econômico, uma vez que reduzem o acesso ao crédito e encarecem o financiamento.