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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras internacionais para viabilizar a importação do fomepizol, medicamento considerado o principal antídoto em casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas.
O antídoto atua bloqueando a transformação do metanol em substâncias tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, responsáveis por danos neurológicos e hepáticos graves. Atualmente, o produto não possui registro sanitário no Brasil, exigindo a busca por fornecedores externos.
Para acelerar a chegada do medicamento, a Anvisa publicou o Edital de Chamamento Internacional 17/2025, convidando fabricantes e distribuidores a informar disponibilidade imediata de fornecimento ao Ministério da Saúde.
Entre as autoridades internacionais contatadas estão: EMA (União Europeia), FDA (Estados Unidos), Health Canada, ANMAT (Argentina), MHRA (Reino Unido), COFEPRIS (México), além de órgãos do Japão, China, Suíça e Austrália.
Enquanto viabiliza a importação do fomepizol, a Anvisa articula medidas adicionais, como a identificação de farmácias de manipulação e laboratórios aptos a produzir etanol grau farmacêutico, alternativa terapêutica já utilizada no Brasil.
O Ministério da Saúde anunciou a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para distribuição em estados e municípios. Também foi reforçada a fiscalização de bebidas suspeitas pela Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária.
Em casos de suspeita de intoxicação, a população pode acionar o Disque-Intoxicação 0800-722-6001.
No Ceará, bares e restaurantes intensificaram os cuidados na aquisição de bebidas alcoólicas. A Abrasel-CE orientou estabelecimentos a adquirir produtos apenas de distribuidores confiáveis ou diretamente da indústria, sempre com nota fiscal e verificação de rótulos, lacres e embalagens.
O presidente da entidade, Taiene Righetto, destacou a importância da prevenção:
“A gente tem feito treinamento com os donos de bares e restaurantes para comprar só de distribuidoras ou direto da indústria com nota fiscal e procedência. São detalhes simples que ajudam a evitar falsificações.”
Embora o Ceará não registre casos confirmados até o momento, estados como São Paulo e Pernambuco já contabilizam três mortes e quatro investigações em andamento.