+ Notícias
+ Notícias
O envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza começou neste domingo (12), em meio à vigência do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, firmado na última sexta-feira (10). Caminhões carregados com alimentos, medicamentos e combustível cruzaram as fronteiras de Rafah e Kerem Shalom, marcando o início de uma das maiores operações humanitárias da região nos últimos anos.
De acordo com o Crescente Vermelho Egípcio, dezenas de veículos atravessaram a passagem de Rafah, transportando suprimentos médicos, tendas, cobertores e alimentos. Outros comboios entraram por Kerem Shalom, sob controle israelense, onde todo o material é inspecionado antes de seguir para Gaza.
As Nações Unidas informaram que cerca de 170 mil toneladas de mantimentos e medicamentos estão prontas para envio — volume capaz de atender os 2 milhões de habitantes de Gaza por até três meses. O Egito anunciou o envio inicial de 400 caminhões, e o número diário deve chegar a 600 veículos com apoio de organizações internacionais.
A chegada dos suprimentos ocorre em meio a um cenário de destruição e deslocamento. Milhares de palestinos começaram a retornar ao norte da Faixa de Gaza, especialmente à Cidade de Gaza, em busca de suas casas — muitas delas completamente destruídas pelos bombardeios.
“Estamos felizes por voltar, mas é doloroso ver tamanha devastação”, disse o palestino Rami Mohammad-Ali, citado por agências internacionais.
Testemunhas relataram grandes aglomerações nos pontos de distribuição de alimentos em Rafah e na região central de Gaza. Em semanas anteriores, centenas de pessoas morreram ao tentar acessar centros de ajuda humanitária, após soldados israelenses abrirem fogo contra multidões, segundo relatos confirmados por agências internacionais.
A ONU afirmou que, nos últimos meses, conseguiu entregar apenas 20% da ajuda necessária à população de Gaza, devido aos combates, ao fechamento de fronteiras e às restrições de carga impostas por Israel.
O Unicef considerou o avanço importante, mas alertou para o volume insuficiente de insumos.
“Israel precisa abrir múltiplas passagens, não apenas uma”, declarou James Elder, porta-voz da agência.
Já a vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Sharren Haskel, afirmou à BBC que a ajuda já chegava antes do cessar-fogo e acusou parte das organizações humanitárias de serem “instrumentalizadas politicamente contra Israel”.
Enquanto a ajuda entra em Gaza, seguem os preparativos para a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas e dos prisioneiros palestinos detidos em Israel, medida prevista para esta segunda-feira (13).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve desembarcar em Israel nas próximas horas para discursar no Parlamento (Knesset) e, em seguida, participar de uma cúpula de paz no Egito, ao lado de líderes da ONU, Reino Unido, França, Itália e Espanha.