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O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, venceu, no último sábado (8), o prêmio Goya 2025 na categoria Melhor Filme Ibero-Americano. A premiação, considerada a mais importante do cinema espanhol, reconheceu pela primeira vez um filme brasileiro nesta categoria.
Na 39ª edição do Goya, o longa superou os concorrentes “El Jockey” (Argentina), “Agarrame Fuerte” (Uruguai), “No Lugar da Outra” (Chile) e “Memorias de un Cuerpo que Arde” (Costa Rica).
Em uma carta lida durante a cerimônia, Walter Salles dedicou o prêmio à memória da advogada e ativista Eunice Paiva, cuja história inspirou o filme, e também ao cinema brasileiro e às atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.
Reconhecimento internacional e indicações ao Oscar
O reconhecimento do Goya 2025 se soma a outras conquistas do filme. Fernanda Torres já havia sido premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama, sendo a primeira brasileira a receber a estatueta.
Além disso, “Ainda Estou Aqui” está indicado ao Oscar 2025 em três categorias:
• Melhor Filme
• Melhor Filme Estrangeiro
•Melhor Atriz (Fernanda Torres)
A cerimônia do Oscar acontece no próximo dia 2 de março, em Los Angeles.
O filme “Ainda Estou Aqui”
Baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, o longa narra a história de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, durante a ditadura militar no Brasil. O enredo aborda a luta pela democracia, a resistência à opressão, a força feminina e a busca por desaparecidos políticos.
O filme tem como pano de fundo o desaparecimento de Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello), ex-deputado cassado após o golpe de 1964. Paiva foi preso, torturado e assassinado por agentes da ditadura em 1971, e seu corpo nunca foi encontrado.
O caso ganhou novo desdobramento em 2025, quando sua certidão de óbito foi oficialmente corrigida, reconhecendo que sua morte ocorreu sob responsabilidade do Estado brasileiro durante a ditadura.