A história das marchinhas de Carnaval

Top 5 marchinhas mais conhecidas e as mulheres que fizeram história
Carmen Miranda

Se você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não! E se acha que as marchinhas ficaram no passado, pode mudar de ideia. Hoje, o Carnaval é uma mistura de ritmos, e as marchinhas seguem vivas, trazendo nostalgia e tradição aos blocos de rua. Algumas ganharam novas versões e outras foram censuradas, mostrando que a folia também pode ser um espaço de debate social.

A ORIGEM DAS MARCHINHAS

As marchinhas de Carnaval surgiram no Rio de Janeiro, inspiradas nas marchas portuguesas que já faziam sucesso no Brasil. O nome vem justamente da marcha militar, marcada pelo tarol. Mas, por aqui, o ritmo ganhou outros instrumentos, melodias mais aceleradas, letras repetitivas e muitas vezes com duplo sentido.

A primeira marchinha foi “Ó Abre Alas”, composta por Chiquinha Gonzaga em 1899. Literalmente, abriu caminho para sucessos como “Mamãe Eu Quero”, “Me Dá Um Dinheiro Aí” e “Sassaricando” que atravessam gerações.

Ó Abre Alas foi a primeira marcha carnavalesca da história. Foi composta por uma mulher em uma época que as mulheres não tinham muita voz, Chiquinha além de ser pioneira no feminismo no Brasil foi pioneira na música popular. Ela compôs a canção para ser tema do desfile do “Cordão Rosa de Ouro”, do bairro onde morava em Andaraí, na zona norte do Rio de Janeiro.

Outra mulher que se destacou e levou nosso Carnaval para outros países foi Carmen Miranda. Ela cantou diversas marchinhas e fez história ao se tornar a primeira mulher a assinar um contrato com uma rádio no Brasil. Carmen se transformou em um símbolo do país no exterior. Levando nossa música e nossa alegria para palcos e telas ao redor do mundo.

MARCHINHAS POLÊMICAS

Mas nem tudo foi só alegria e folia. Algumas letras, que na época eram vistas como brincadeiras, hoje são vistas de forma diferente. É o caso de “Cabeleira do Zezé”, composta por João Roberto Kelly. Com versos que questionam a masculinidade, a música recentemente foi alvo de críticas.

Outra marchinha polêmica foi “Maria Sapatão”, também de João Roberto. Assim como “Cabeleira do Zezé”, a música reforça estereótipos, algo que hoje é debatido com mais sensibilidade.

Com o tempo, as marchinhas perderam espaço para o samba-enredo e outros ritmos como o axé. O gênero passou por um período de esquecimento, mas nos últimos anos vem sendo resgatado por blocos de rua. Sobre a polêmica envolvendo algumas músicas, acredito que elas sejam um reflexo do que se vivia na época. Alguns costumes ficaram no passado e outros permanecem, como a alegria do carnaval.

TOP 5 MARCHINHAS:

1 – Ô Abre Alas

2 – Ta-hi (Pra você gostar de mim)

3 – Cidade Maravilhosa

4 – Allah-lá-ô

5 – Cachaça Não É Água

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