Um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que 77% das famílias brasileiras possuem alguma dívida, incluindo contas em atraso e financiamentos imobiliários. Em números absolutos, 1,45 milhão de famílias a mais se endividaram nos últimos dois anos. Realizada em julho com 18 mil famílias em 27 capitais, a pesquisa revelou que 52% das famílias endividadas vivem no Sudeste.

São Paulo lidera entre as capitais, com 2,88 milhões de famílias endividadas, seguida por Rio de Janeiro (2,02 milhões), Distrito Federal (765 mil), Belo Horizonte (745 mil) e Fortaleza (712 mil). Em percentual, Porto Alegre e Vitória registram os índices mais altos, com 91% de famílias endividadas, enquanto Campo Grande e Salvador apresentam os menores percentuais, com 66% e 68%, respectivamente.

A pesquisa destaca aumento no percentual de famílias endividadas em 2024 em comparação a 2022 em Teresina, João Pessoa, Porto Velho e Fortaleza. Por outro lado, houve queda nos índices de endividamento em Rio Branco, São Paulo e Curitiba. A FecomercioSP explica que essas variações refletem as condições macroeconômicas de cada região, influenciadas por fatores como inflação, juros e renda familiar, que impactam o custo do crédito e o risco de inadimplência.

Apesar do aumento no endividamento, o economista Fábio Pina aponta que as boas condições de emprego e renda podem favorecer a reorganização das contas das famílias. “Acredito que haverá uma desaceleração gradual da economia no próximo ano, o que dá tempo para ajustes no mercado privado e para o governo tomar medidas onde necessário”, afirmou.