O Senado Federal dá um passo importante no combate à violência e instala, nesta terça-feira (4), a CPI do Crime Organizado. Proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a comissão parlamentar de inquérito terá a missão de, durante 120 dias, aprofundar as investigações sobre a estrutura, o financiamento e a expansão de facções e milícias em todo o território nacional.
A instalação ocorre em um momento de acirrados debates sobre segurança pública, sendo anunciada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, apenas dois dias após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes.
Segundo o autor do requerimento, o avanço desses grupos é uma “urgência nacional” e consequência do “abandono do poder público”. O objetivo principal da CPI é mapear o modus operandi de organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de investigar a infiltração desses grupos em instituições públicas.
O colegiado buscará entender como as facções se financiam, por meio de esquemas de lavagem de dinheiro, e como estruturam seus comandos para se expandir pelo país.
A primeira reunião será dedicada à eleição do presidente, vice-presidente e à designação do relator dos trabalhos, que conduzirão as investigações com um orçamento inicial de R$ 30 mil. A sessão de instalação será presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), por ser o membro mais velho.
A comissão contará com nomes de peso e de diferentes espectros políticos, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR), Jaques Wagner (PT-BA) e Magno Malta (PL-ES), o que antecipa debates intensos. A CPI planeja ouvir especialistas, autoridades e governadores para, ao final, propor melhorias na legislação de combate ao crime.