+ Notícias
+ Notícias
A guerra em Gaza chegou oficialmente ao fim após a Corte israelense ratificar o cessar-fogo com o Hamas nesta sexta-feira (9). O acordo, mediado pelos Estados Unidos, pela Turquia e por países árabes, prevê a retirada das forças israelenses, a libertação de reféns e prisioneiros palestinos e o início de um cessar-fogo permanente.
O líder do Hamas, Khalil Al-Hayya, afirmou que o grupo recebeu garantias internacionais de que “a guerra acabou”. Em discurso transmitido pela televisão, ele declarou:
“Hoje anunciamos o fim da guerra e o início da implementação de um cessar-fogo permanente e da retirada das forças de ocupação.”
A medida marca o encerramento do conflito iniciado em outubro de 2023, que deixou mais de 67 mil palestinos mortos e cerca de 1.200 vítimas israelenses.
De acordo com o texto aprovado pelo governo de Benjamin Netanyahu, o cessar-fogo entra em vigor em até 24 horas, e os reféns israelenses mantidos em Gaza serão libertados em até 72 horas.
A proposta inclui ainda:
Libertação de 20 reféns vivos e 28 corpos (incluindo quatro estrangeiros);
Troca de prisioneiros: 250 palestinos condenados à prisão perpétua e 1.700 detidos após 7 de outubro serão libertados;
Abertura da passagem de Rafah, permitindo o fluxo de ajuda humanitária e a circulação controlada entre Gaza e o Egito;
Devolução de 360 corpos de palestinos classificados por Israel como combatentes.
Segundo a CNN, o acordo também determina que as tropas israelenses se posicionem temporariamente ao longo da Linha Amarela, demarcando a retirada parcial.
O presidente norte-americano, Donald Trump, foi apontado como um dos principais articuladores do cessar-fogo e anunciou que deve visitar o Egito e Israel no domingo (12), com a possibilidade de participar de uma cerimônia de assinatura do acordo.
Trump afirmou que espera que a medida “leve a uma paz eterna” e anunciou que os reféns libertados devem retornar a Israel até terça-feira (14). O Itamaraty também celebrou o acordo e ressaltou a necessidade de uma paz duradoura com base na solução de dois Estados:
“O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e reafirma a convicção de que uma paz justa e estável passa pela criação de um Estado palestino independente e viável”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
A confirmação do acordo provocou comemorações em Gaza, Tel Aviv e Jerusalém.
“Graças a Deus pelo fim do derramamento de sangue”, declarou o palestino Abdul Majeed Abd Rabbo, em Khan Younis. Em Israel, familiares de reféns se reuniram na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, para celebrar a notícia.
Apesar da trégua, autoridades alertam para possíveis desafios na implementação, como a definição final da lista de prisioneiros e a resistência política dentro do governo israelense. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou votar contra o acordo caso o Hamas não seja desmantelado.
Mesmo assim, o cessar-fogo é considerado o maior avanço diplomático desde o início do conflito, abrindo caminho para missões internacionais de reconstrução e projetos de paz na Faixa de Gaza.