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Licença é suspensa após desmatamento de 32 hectares da Floresta do Aeroporto

Sema e Semace apontam irregularidades em supressão de vegetação; área desmatada equivale a 45 campos de futebol
desmatamento Floresta do Aeroporto
Órgãos ambientais identificaram irregularidades, enquanto Fraport defende a legalidade do projeto. (Foto: Reprodução)

A licença ambiental da empresa Aerotrópolis foi suspensa nesta sexta-feira (26) pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) e pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). A medida foi tomada após a constatação do desmatamento de 32 hectares de Mata Atlântica em área conhecida como Floresta do Aeroporto, ao lado do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza.

Segundo os órgãos, a suspensão decorreu de intervenção em Área de Preservação Permanente (APP), supressão além do permitido e manejo inadequado da fauna. As inconformidades foram comprovadas em vistoria técnica, e a legislação prevê aplicação de multa. A empresa será notificada e terá cinco dias para apresentar defesa.

Denúncia e repercussão

O caso foi denunciado pelo vereador Gabriel Aguiar (Psol), que classificou o episódio como o “maior desmatamento da década” em Fortaleza. Segundo ele, o terreno em regeneração foi derrubado sem estudo fitossociológico, como exige o Decreto Federal 6.660/2008. O parlamentar informou que acionará o Ministério Público e o Ibama para solicitar embargo imediato e recuperação da área degradada.

“O que aconteceu foi um crime ambiental. A lei precisa ser cumprida, inclusive pelo Estado”, afirmou o vereador.

O projeto e a defesa da empresa

O terreno foi destinado à construção de um centro logístico privado vinculado à Fraport Brasil, concessionária que administra o aeroporto. A empresa afirma que o empreendimento tem potencial para gerar 5 mil empregos diretos e que todas as licenças foram obtidas em âmbito federal, estadual e municipal antes do início das obras.

Em nota, a Fraport declarou que atua dentro da legalidade e que mantém a preservação de áreas protegidas dentro do sítio aeroportuário. A companhia destacou ainda que o projeto deve gerar impactos positivos para a economia local e valorização do ativo aeroportuário.

Próximos passos

As denúncias apresentadas por Gabriel Aguiar devem ser analisadas pelo Ministério Público e por órgãos ambientais. Enquanto isso, imagens de satélite e registros locais divulgados pela imprensa mostram a remoção total da vegetação, gerando mobilização de moradores e ambientalistas que pedem maior fiscalização e transparência no processo de licenciamento.

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