+ Notícias
+ Notícias
O presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (25) a demissão imediata de Lisa Cook, governadora do Federal Reserve (Fed). A medida foi publicada em sua conta na Truth Social e se apoia no Federal Reserve Act de 1913, que prevê desligamento por “justa causa”. Trump justificou que não possui “confiança na integridade” da economista após acusações de fraude hipotecária envolvendo propriedades em Michigan e na Geórgia.
Segundo o presidente, Cook teria assinado dois documentos de financiamento contraditórios, cada um declarando uma residência diferente como principal. “É inconcebível que você não estivesse ciente de seu primeiro comprometimento quando fez o segundo”, escreveu Trump.
Poucas horas depois, Lisa Cook divulgou comunicado negando as acusações e questionando a autoridade legal do presidente para removê-la do cargo. “Trump alegou que me demitiria ‘por justa causa’, quando não há justa causa prevista em lei. Não vou renunciar. Continuarei a cumprir meus deveres para ajudar a economia americana”, afirmou.
O advogado da governadora, Abbe Lowell, reforçou que a decisão é “ilegal e sem base jurídica” e garantiu que medidas judiciais serão tomadas para reverter a demissão.
A medida foi recebida como um ataque à autonomia do Federal Reserve, que tradicionalmente opera de forma independente do poder político. Analistas alertam que a tentativa pode abrir um precedente grave, permitindo maior interferência do Executivo na política monetária dos Estados Unidos.
Especialistas lembram que governadores do Fed só podem ser afastados em caso de má conduta durante o exercício do cargo. Atos praticados antes da nomeação, como os apontados contra Lisa Cook, já haviam sido analisados durante sua confirmação no Senado.
O episódio aumentou a tensão nos mercados, que observam de perto a condução da política monetária. Embora os efeitos imediatos tenham sido limitados, investidores veem risco de que Trump utilize a vaga aberta para nomear um dirigente mais alinhado ao corte de juros.
O caso deve ser levado ao Supremo Tribunal dos EUA, que terá de definir os limites da autoridade presidencial sobre os membros do Fed.