O Japão registrou, em julho de 2025, o mês mais quente desde o início dos registros em 1898. A informação foi confirmada no último sábado (2) pela Agência Meteorológica do Japão (JMA), que apontou temperaturas 2,89°C acima do normal, superando o recorde anterior, registrado em julho de 2024, de 2,16°C. Este é o terceiro ano consecutivo em que o país quebra seu próprio recorde de calor para o mês.

Japão enfrenta temperaturas extremas e falta de chuvas

De acordo com a JMA, os termômetros chegaram a 41,2°C no dia 30, na região de Hyogo, um dos valores mais altos já registrados no país. Além disso, várias áreas, principalmente no norte e ao longo da costa do mar do Japão, enfrentaram escassez de chuvas. A estação chuvosa terminou no oeste japonês cerca de três semanas antes do esperado, agravando a situação climática.

O cenário se soma ao fato de o país já ter enfrentado o junho mais quente da história e a tendência, segundo os meteorologistas, é de que o calor intenso continue durante o mês de agosto.

Alterações climáticas intensificam fenômenos extremos

Especialistas destacam que as alterações climáticas causadas pela ação humana tornam as ondas de calor mais frequentes e intensas. Embora os meteorologistas alertem que não se pode ligar diretamente um evento climático específico ao aquecimento global, eles observam que o aumento das temperaturas tem contribuído para fenômenos meteorológicos imprevisíveis nos últimos anos.

Entre os sinais dessas mudanças, estão o florescimento irregular das cerejeiras, símbolo nacional do Japão, e a diminuição da cobertura de neve do monte Fuji, que no último ano só apareceu no início de novembro, cerca de um mês depois do habitual.

Impactos e perspectivas para os próximos meses

Segundo a JMA, o próximo mês continuará apresentando ondas de calor extremo em todo o país, exigindo atenção da população para evitar riscos à saúde. Autoridades recomendam hidratação constante, uso de proteção solar e cuidado especial com idosos e crianças, grupos mais vulneráveis ao calor intenso.

O verão de 2024 já havia empatado como o mais quente da história, seguido pelo outono mais quente em 126 anos de registros. Com o novo recorde, 2025 se consolida como um ano marcado por temperaturas atípicas e impactos diretos no ambiente japonês.