Poder
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A decisão do presidente francês Emmanuel Macron de reconhecer o Estado palestino será formalizada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (24), por meio de uma carta enviada a Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, e publicada na rede X.
Segundo Macron, a medida reafirma o compromisso da França com uma “paz justa e duradoura no Oriente Médio” e busca manter viva a proposta de solução de dois Estados. Com isso, a França se tornará a primeira grande potência ocidental a reconhecer formalmente o Estado palestino.
A reação do governo israelense foi imediata. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o reconhecimento como uma “recompensa ao terror” e afirmou que isso coloca em risco a segurança de Israel. Para ele, a medida representa uma ameaça existencial: “Os palestinos não querem um Estado ao lado de Israel, querem um Estado em vez de Israel”, escreveu no X.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, também se manifestou, chamando a decisão de “vergonhosa” e afirmando que o país não aceitará o que considera ser a criação de uma entidade que represente risco à sua segurança.
A decisão francesa ocorre em meio a forte resistência de aliados como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. O governo Biden já havia sinalizado, em junho, que se opunha a qualquer reconhecimento unilateral da Palestina.
Mesmo assim, Macron decidiu antecipar o anúncio como forma de gerar impulso antes da conferência ministerial que será realizada nos dias 28 e 29 de julho, em Nova York. A expectativa é que o tema também seja abordado por chefes de Estado durante a Assembleia Geral da ONU em setembro.
De acordo com fontes diplomáticas, a iniciativa francesa pretende reunir apoio de outros países que ainda estão indecisos sobre reconhecer o Estado palestino. Cerca de 40 ministros das Relações Exteriores devem participar do encontro em Nova York.
Ao agradecer a Macron, o vice-presidente da Autoridade Palestina, Hussein Al Sheikh, afirmou que a decisão demonstra o compromisso da França com o direito internacional e o apoio ao povo palestino.
Enquanto isso, Israel continua em guerra contra o Hamas desde o ataque de outubro de 2023, e vê a iniciativa como uma tentativa de legitimar seus inimigos.