Economia
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As exportações do Ceará para os Estados Unidos somaram US$ 557 milhões entre janeiro e junho de 2025, segundo dados do Comex Stat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O volume representa 52,2% de tudo o que o estado vendeu ao exterior no período, tornando-o o mais dependente do mercado norte-americano no Brasil.
Com isso, o Ceará deve ser o estado mais impactado pela tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já preocupa setores produtivos locais, especialmente a siderurgia e o setor calçadista, que lideraram os embarques para os EUA e registraram crescimento de 184% em relação ao primeiro semestre de 2024.
Além do volume expressivo, chama atenção a alta concentração das exportações cearenses nos Estados Unidos, o que aumenta os riscos para a economia estadual. Como a nova tarifa deve elevar os custos dos produtos brasileiros, a competitividade das empresas do Ceará pode cair consideravelmente, prejudicando empregos e arrecadação.
O levantamento do Mdic revela que outros estados também dependem fortemente do mercado americano, como Espírito Santo (33,9%), Sergipe (31,4%) e São Paulo (19,5%), mas nenhum com percentual tão alto quanto o Ceará. Isso torna o estado o mais vulnerável do país frente à política comercial adotada por Trump.
Diante do cenário, representantes do setor produtivo e autoridades locais buscam alternativas para diversificar os destinos das exportações. No entanto, essa mudança não deve ocorrer de forma imediata. Por isso, as projeções para os próximos meses indicam queda nos embarques para os EUA, o que pode afetar negativamente o desempenho da balança comercial cearense.
A expectativa é de que o governo brasileiro adote medidas diplomáticas ou comerciais para reduzir os danos da nova tarifa, com base em tratados internacionais. Até lá, o Ceará segue como o estado brasileiro com maior exposição à mudança nas regras do comércio bilateral com os Estados Unidos.