Economia
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A previsão da inflação para 2025 foi reduzida pela oitava vez consecutiva, de acordo com dados do Boletim Focus publicados nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central. A estimativa caiu de 5,17% para 5,10%, refletindo o otimismo do mercado quanto à desaceleração dos preços, mesmo com o índice ainda acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Apesar do recuo recente, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,35% até junho, superando o limite de 4,5% pelo sexto mês consecutivo. Por isso, conforme determina o novo regime de metas adotado em 2024, o presidente do Banco Central deve justificar o descumprimento à Fazenda. A inflação mensal, no entanto, desacelerou para 0,24%, com destaque para a primeira queda dos alimentos em nove meses.
Além disso, o mercado ajustou as previsões para os anos seguintes. Em 2026, a inflação esperada caiu de 4,5% para 4,45%. Já para 2027 e 2028, as projeções permanecem em 4% e 3,8%, respectivamente.
Com a inflação ainda pressionada, mesmo que em desaceleração, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última reunião, aumentar a Selic para 15% ao ano. Esse foi o sétimo aumento consecutivo. De acordo com a ata divulgada, o comitê pretende manter os juros nesse patamar por mais tempo, embora não descarte novos aumentos, caso a inflação volte a subir.
Quando os juros sobem, o crédito tende a ficar mais caro, o que reduz a demanda e ajuda a conter os preços. Porém, essa estratégia também pode frear a atividade econômica, dificultando investimentos e consumo.
Enquanto a inflação apresenta sinais de controle, o mercado mantém a projeção de crescimento do PIB em 2,23% para 2025. Já para 2026, houve leve recuo para 1,88%. Para 2027 e 2028, a expectativa de expansão é de 2% ao ano. O resultado do primeiro trimestre de 2025, divulgado pelo IBGE, indicou crescimento de 1,4%, impulsionado pelo setor agropecuário.
No câmbio, a cotação do dólar deve encerrar o ano em R$ 5,65, com estimativa de leve alta para R$ 5,70 em 2026. Assim, o cenário externo permanece como fator de atenção, embora com relativa estabilidade nas projeções recentes.