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Produção de veículos cresce 7,8% no 1º semestre

Exportações aumentaram quase 60% com apoio da Argentina, mas mercado interno e importações preocupam indústria automotiva.
As exportações tiveram alta de 59,8% no semestre. (Foto: Nacho Doce)

A produção de veículos no Brasil cresceu 7,8% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 1,226 milhão de unidades, segundo balanço divulgado na última segunda-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Apesar do avanço, o cenário ainda é considerado desafiador para os próximos meses, especialmente devido ao comportamento do mercado interno e ao aumento das importações.

As vendas no semestre atingiram 1,199 milhão de unidades, um crescimento de 4,8% em comparação com o mesmo intervalo de 2024. Já as exportações apresentaram uma alta expressiva de 59,8%, com 264,1 mil veículos embarcados, sendo 60% do total destinados à Argentina. O desempenho reforça a dependência do Brasil do mercado argentino, já que as vendas para outros países seguem estáveis.

No entanto, o setor alerta para aumento das importações, que subiram 15,6% no semestre, somando 228,5 mil unidades. O presidente da Anfavea, Igor Calvet, destacou o impacto da entrada de veículos chineses, que vêm ao Brasil com Imposto de Importação inferior à média global, representando uma ameaça à indústria nacional. “Estamos recebendo um fluxo perigoso de veículos chineses. Isso compromete o projeto de neoindustrialização e a geração de empregos no setor automotivo”, afirmou.

Quedas preocupam em junho

O mês de junho registrou retrações em todos os indicadores do setor. A produção foi de 200,8 mil unidades, queda de 6,5% em relação a maio e de 4,9% em comparação com junho de 2024. As vendas também caíram: 212,9 mil veículos emplacados, o que representa recuos de 5,7% em relação a maio e 0,6% na comparação anual.

As exportações no mês somaram 50,7 mil unidades, ligeiramente abaixo de maio (-1,7%), mas 75% acima do volume registrado em junho do ano passado. Ainda assim, o setor aponta que o desempenho mensal acende um sinal de alerta.

“Os números de junho nos preocupam um bocado. O dia útil a menos não justifica as quedas expressivas nem a perda de mais de 600 empregos diretos nos últimos meses”, reforçou Calvet.

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